Continue acompanhando algumas das curiosidades de nossa expedição, que
somou mais de 7.200 km. Foi uma viagem que se torna inesquecível. Jamais na
história da radiodifusão, ou de quaisquer outros veículos de comunicação, se
realizou um projeto parecido. Com o objetivo de difundir o meio e a tradição
gaúcha.
Na expedição, observamos trechos
inconcebíveis de pontes sem nenhuma finalidade, já que não tinha estrada na
continuidade. No trecho entre São Paulo e Minas Gerais, especificamente na BR
153 (Transbrasiliana. Isso mesmo. Essa que passa por Passo Fundo), as condições
de asfalto são precárias. Dos lados da rodovia, extensas lavouras de cana de
açúcar, algumas poucas com milho já colhido (em setembro/outubro eles colhem a
“safrinha”) e muitos, mas muitos buracos na pista. No entanto, seja pela
habilidade dos milhares de caminhões que circulam diariamente pela estrada,
apenas um contêiner tombado na estrada. Com bags de sementes de soja.
Em Goiás, desde a entrada do
estado naquela rota, até a capital Goiânia, o cerrado se faz presente. Poucas
lavouras produtivas. Muito gado. São extensas áreas de criação. Gado magro.
Pouco pasto pela seca que assola aquela região de maio a outubro. Nesse
período, conforme os produtores, começa a temporada de chuvas. Aí se faz o
plantio de grãos e de pastagens para os animais. Grandes frigoríficos também se
instalaram por ali.
No Mato Grosso, a extensão das
estradas, em boas condições, exceto o fato de quase não haver acostamento,
contrastam com as lavouras de algodão e ainda a produção de gado de corte. São
propriedades com duas, três mil cabeças. Gado magro, mas gado de corte. O preço
da arroba assusta os produtores. Muito baixo para o custo que oferece. Ainda
assim, pela quantidade, conseguem fazer dinheiro. No MT, um quilo de costela
minga, para churrasco, gira em torno de R$ 24,00.
As grandes propriedades se
multiplicam. Produtores não falam em 300, 400 hectares. São três, cinco, 10 mil
hectares. Algumas empresas do conglomerado do agro brasileiro administram até
100 mil hectares. Produzem grãos, mantém nas sedes das grandes fazendas,
escolas, mercados, açougues, farmácias e até igrejas. A distância da cidade
implica: 150, 200 quilômetros da comunidade mais próxima.
Em Água Boa, onde apresentamos o
projeto para cerca de 750 pessoas, que aproveitaram para se dedicar à tradição
gaúcha em um fandango com o Grupo Matotaço, a curiosidade era de como
vivenciávamos a tradição no RS. Grande parte dos participantes eram
descendentes de gaúchos, ou alguns mais velhos, oriundos das terras do sul, na
região norte do RS.
Em Água Boa, um ótimo lugar para
queimar um braço passando roupas. Minhas e dos colegas. Faz parte.
Já Nova Xavantina, há cerca de
100 quilômetros, é um município novo, dividido por um rio de águas limpas e
muito preservado. A população, no entanto, após a pandemia, praticamente
abandonou o grande e belo CTG. O vereador e patrão Ângelo se desdobra para
manter a entidade, com auxílio de algumas pessoas.
Quilômetros depois, encontramos
Barra do Garça e o rio Araguaia, que divide os estados de Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul.
Mas a partir daí estaremos
descrevendo algumas curiosidades no próximo artigo. Continuaremos…
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Fotos: Temperatura, divisa de
estados e um pé de jaca.