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Curiosidades de uma expedição cultural (parte 3)

Foram pouco mais de 7.200 km. A saída de Passo Fundo, com o afago e a emoção dos colegas e familiares, até o abraço de retorno. O abraço da saudade. O beijo. O aperto de mãos e o “bem-vindo de volta”, 36 dias depois. Uma expedição que jamais será esquecida.

Continuando a nossa narrativa sobre a expedição Do Rio Grande ao Pantanal, desenvolvida de 17 de setembro a 23 de outubro, pela equipe das Rádios Planalto, podemos dizer que o centro-oeste brasileiro é o celeiro da América, se não do mundo.

Passamos por Nova Xavantina, que é a união de duas cidades desenvolvidas com o esplendor das lavouras de milho, soja, cana e algodão, seguindo para Barra do Garça e em seguida Araguaínha. Essa cidade, com 770 habitantes, é a terceira menos cidade em população do Brasil. Mas tem fatores importantíssimos para a história. Ali há mais de 250 mil anos, um asteroide de proporções gigantescas causou uma fenda de aproximadamente 40 quilômetros de diâmetro, (cerca de 1,3 mil quilômetros quadrados). Isso ofereceu, milhares de anos depois, a extração de pedras preciosas da mais alta qualidade.

Ao se chocar com a Terra, o asteroide adentrou dois quilômetros e meio de profundidade. Com isso, além de formar montanhas e relevos, trouxe à superfície minerais que estavam abaixo do solo – como granito, turmalina, feldspato e hematita. Em muitas áreas é comum encontrar tais minerais com facilidade.

O mineral mais comum na região, porém, é outro: o ferro. “Entre Ponte Branca e Araguainha há algo superior a 40 hectares de ferro. Isso acontece porque, normalmente, quando um meteorito cai em determinada região, algum mineral acaba se tornando mais comum. No Canadá, por exemplo, foi níquel. Na África do Sul, o diamante”, diz Ruy Ojeda, do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado e Mato Grosso (Indea).

Araguainha tem cerca de 250 habitantes na zona rural. E a maioria de sua população está ligada ao executivo, ou seja, são funcionários públicos. A prefeitura depende, basicamente, do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), e tem orçamento anual de cerca de R$ 15 milhões.

Seguimos para Alto Taquari, ainda no Mato Grosso. Lá encontramos muitos descendentes de gaúchos e muitos empreendedores que do RS partiram em busca de uma melhor qualidade de vida. O que prejudica essa qualidade é a intensidade do calor. Passamos por dias em que os termômetros registravam 39 graus, com sensação térmica de 43, 45º. Continuando, fomos à divisa do Mato Grosso com o Mato Grosso do Sul. Eram 11 horas no Mato Grosso. Atravessamos a ponte sobre o rio Araguaia. No Mato Grosso do Sul (200 metros depois), eram 10 horas da manhã. Uma hora no fuso horário.

Chapadão do Sul. Acolhedora, grande, progressista, desenvolvida e com muita área verde e as lavouras em expansão. Fazendas de 20, 40, 80 mil hectares. Conhecemos pessoas influentes na cidade, fundada por um gaúcho de Frederico Westphalen: Júlio Alves Martins. Em cada praça, aeroporto, uma lembrança do fundador: seu filho mandou colocar bustos do gaúcho. E uma praça com seu nome, onde está a réplica de seu primeiro avião.

De Chapadão para Paraíso das Águas, Camapuã e a parada em São Gabriel do Oeste. Bela cidade, com um CTG de proporções gigantescas. Lugares onde gaúchos são bem vindos, sempre recebidos com um sorriso no rosto dos anfitriões.

Em Dourados, fomos eu e o Célio Júnior ao Parque Municipal, em busca de animais silvestres. Muitas capivaras, pacas e ali o Célio foi atacado. Em uma escaramuça, o pato tentou abocanhar um pedaço da perna do colega. Não conseguiu. Tentei entrevistar o pato mas não foi possível. Na perna do colega, as marcas do ataque. Em Dourados, um CTG com 10,5 hectares. Um dos maiores do mundo. Uma área de tiro de laço anexa à uma grande área construída para a sede, além de outras duas onde há cancha de bochas, bolão, piscina para os associados. Tudo devidamente organizado e limpo.

Rumamos daí para Campo Grande. Baita capital. Recebidos no sítio do passo-fundense Cacildo Tadeu Ghelen. Lá há mais de 35 anos, viu crescer a família e aumentou seu amor pelo Rio Grande. Mantém um grande galpão para cultivar as amizades e a tradição.

No próximo e último artigo sobre o Projeto Do Rio Grande ao Pantanal, estaremos resumindo a viagem à Sidrolândia, Bonito, Ponta Porã, Mundo Novo, ao Paraná e o fechamento, em Chapecó, para depois retornarmos à Passo Fundo.

 

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