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Dia Mundial sem Tabaco: especialistas do HSVP alertam sobre riscos dos cigarros eletrônicos Os famosos “vape” podem causar sérios danos a saúde, pois contêm nicotina e outras substâncias químicas

Nesta sexta-feira, 31 de maio, é o Dia Mundial Sem Tabaco. No Brasil, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo caiu 35% desde 2010, o que tornou o país um exemplo global na luta contra o tabagismo. O que vem acendendo um alerta, no entanto, é o grande número de jovens que têm feito uso de cigarros eletrônicos, um tipo de dispositivo que simula a sensação de fumar um cigarro comum. O que muitos não sabem é que eles são tão viciantes quanto.

Segundo o pneumologista e integrante do Corpo Clínico do Hospital São Vicente de Paulo, Dr. Vinicius Dal Maso, os populares “vape” têm formato atrativo e aroma agradável, mas podem causar sérios danos à saúde, pois assim como os cigarros tradicionais, contêm nicotina e outras substâncias químicas. “Existem vários malefícios relacionados à dependência da nicotina, principalmente psíquicos e cardiovasculares. Há, ainda, riscos relacionados a doenças pulmonares e a descompensação de doenças crônicas. Embora seja mais raro, alguns pacientes também podem desenvolver um processo inflamatório no pulmão, incluindo o risco de insuficiência respiratória, podendo ocasionar até mesmo o óbito”, alerta.

Atualmente, a preocupação é o grande número de jovens que fumam cigarros eletrônicos. “Vemos que adolescentes e jovens têm tido mais facilidade de usar e isso acaba fazendo com que o consumo de nicotina seja cada vez maior. Para se ter uma ideia, o cigarro comum tem um miligrama de nicotina, então uma carteira dá 20 miligramas. Por outro lado, cigarros eletrônicos podem chegar a 600 miligramas de nicotina, sendo que há jovens que fumam um desses dispositivos a cada semana. Isso pode gerar uma dependência muito forte”, explica.

Ainda conforme o especialista, os cigarros eletrônicos não devem ser incentivados como estratégia de cessação ao cigarro tradicional. “Os dois tipos de cigarros fazem mal a saúde e um não substitui o outro. Há diferentes formas de ajudar um paciente na cessação do tabagismo; formas que já são bem estabelecidas e pesquisadas”, afirma.

Os efeitos da dependência

O médico psiquiatra e membro do Corpo Clínico do HSVP, Dr. Juliano Szulc Nogara, afirma que pessoas com transtornos psiquiátricos pré-existentes podem apresentar maior nível de dependência. “A subpopulação de indivíduos com transtornos mentais apresenta maior prevalência, nível de dependência e refratariedade ao tratamento, quando comparada à população geral. Por isso, deve ser ainda mais acessada em seus hábitos tabágicos e intensamente incentivada a iniciar o tratamento antitabágico”, comenta.

Conforme o especialista, os sintomas da abstinência de nicotina são as mais frequentes consequências psicológicas do cigarro eletrônico. “Irritabilidade, frustração ou raiva, ansiedade, dificuldade de concentração, aumento do apetite, inquietação, humor deprimido e insônia. Além disso, intoxicação ou acúmulo dos seguintes metais: cádmio, mercúrio, chumbo, arsênico, estanho, prata, níquel e alumínio – todos eles já identificados no vapor dos cigarros eletrônicos”, reforça.

Se houver dependência, o tratamento, segundo Dr. Juliano, é feito com psicofármacos e substitutivos da nicotina, além de psicoterapia específica para cada caso. “O uso prolongado em quantidades mais elevadas, elevado gasto de tempo nessa atividade, presença de fissura, ou seja, desejo intenso de consumir, necessidade de maiores quantidades para os mesmos efeitos, manutenção do uso apesar de problemas físicos, psicológicos e problemas nos relacionamentos interpessoais são alguns critérios para dependência”, conclui o médico.

Dia Mundial sem Tabaco

Dados da Organização Pan-Americana da Saúde apontam que o tabaco mata cerca de 8 milhões de pessoas no mundo todos os anos, sendo 1 milhão nas Américas. O Dia Mundial sem Tabaco, criado pela OMS em 1987, tem como objetivo destacar os riscos em decorrência da dependência e defender políticas que incentivem a redução do consumo.

Créditos: Liliane Ferenci – Comunicação HSVP

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