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Enfermeira investigada por homicídio culposo após morte de paciente por transfusão de sangue incompatível em Santa Maria Caso envolvendo o Hospital Universitário de Santa Maria está sob apuração, polícia cobra resultado de necropsia e hospital avalia responsabilidades internas

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Santa Maria (RS) – Uma enfermeira está sendo investigada por possível homicídio culposo após a morte de uma paciente de 59 anos no Hospital Universitário de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A mulher, internada para tratamento de câncer de mama, teria recebido uma transfusão de sangue com tipo sanguíneo incompatível, o que teria provocado uma reação adversa grave e levado ao óbito no dia 7 de agosto.

Segundo as investigações, a paciente, que tinha tipo sanguíneo O, recebeu duas bolsas de sangue do tipo AB, sem que houvesse, até o momento, comprovação de prescrição médica específica para a transfusão. A enfermeira responsável teria justificado a aplicação com a alegação de que o sangue “ajudaria nas defesas” da paciente.

Cerca de dez minutos após o início do procedimento, a mulher começou a apresentar sinais de desconforto, incluindo dificuldade respiratória e alteração nos batimentos cardíacos. Ela foi transferida para atendimento de emergência e, posteriormente, para a Unidade de Terapia Intensiva, onde seu quadro evoluiu negativamente. Exames apontaram presença de líquido nos pulmões e reação ao sangue incompatível. A paciente não resistiu e faleceu na manhã seguinte.

A Polícia Civil instaurou inquérito e trata o caso como homicídio culposo, modalidade em que não há intenção de matar, mas que envolve negligência, imprudência ou imperícia. A principal linha de investigação busca apurar se houve falha individual da profissional de enfermagem ou erro coletivo nos protocolos de identificação, verificação e administração do sangue.

O Hospital Universitário de Santa Maria afirmou que está colaborando com as autoridades e instaurou procedimento administrativo interno para avaliar as circunstâncias do ocorrido. A instituição também expressou solidariedade à família da paciente e se comprometeu a reforçar medidas de segurança em seus processos assistenciais.

Até o momento, o laudo da necropsia ainda não foi divulgado oficialmente, e não há confirmação de indiciamento formal da enfermeira. Novos depoimentos e análises técnicas devem determinar os próximos passos do processo investigativo.

O caso repercute no meio médico e entre conselhos de enfermagem, acendendo o debate sobre a segurança nas transfusões, a responsabilidade multiprofissional e a necessidade de reforço nos protocolos hospitalares para evitar tragédias como esta.

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