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Era uma vez uma cidade que amava livros!

Nei Alberto Pies, professor, escritor e editor do site.

Repercutimos, nesta coluna semanal, uma interessante crônica escrita pela Secretária da Cultura de Passo Fundo, que também fez parte do discurso de abertura da mesma feira dia 20 de outubro de 2024.

Esta crônica está publicada no site www.neipies.com no dia 27/10/2024.

Era uma vez uma Academia de Letras, uma prefeitura e suas Secretarias de Cultura e de Educação, uma Biblioteca Municipal, uma Coordenadoria Regional de Educação, um Instituto Histórico e uma unidade do SESC, todos muito encantados com livros, letras e literatura.

Todas as pessoas desse grupo habitavam uma cidade que era Capital Nacional da Literatura e se chamava Passo Fundo.

Nesta cidade havia um espaço muito bonito chamado Roseli Doleski Pretto, onde ficavam os prédios da cultura, bem no centro da cidade.

O grupo que gostava de livros, letras, literatura, começou a montar uma feira pra mostrar quanta coisa maravilhosa estava acontecendo no mundo da literatura e resolveu chamar Roger Castro para ser o MC – o mestre de cerimônia.

Vieram os escritores Antônio Schimeneck, Luciana Marinho, Eleonora Medeiros, Pablo Morenno, Simoni Giehl, e deu uma mistura muito pop, porque veio um tal de Chiquinho Divilas, que era rapper e tinha um lado escritor, assim como os dois músicos Thedy Corrêa e Duca Leindecker, que também transitavam pelo mundo das letras, e pronto, já estava montada uma parte muito, muito importante da feira: os escritores convidados.

E aí começaram a pensar: e os escritores que tem livros pra lançar? E os contadores de histórias? Temos que chamar também. Temos que trazer para a feira o café filosófico, espetáculos teatrais, artesanato literário…

 

Beleza, então vamos ao check list:

– Lugar para a feira? Positivo.

– Escritores? Tá na mão.

– Contadores de histórias? Fechou.

– Lançamento de livros? Tudo belezinha.

– Espetáculos teatrais? Já é.

– Artesanato literário? Demorô.

Tá, mas e quem é que a gente vai homenagear?

A resposta parecia um jogral: tem que ser de Passo Fundo. Aqui está cheio de gente e instituições que nos enchem de orgulho.

Silêncio, silêncio, e a fumacinha branca apareceu: habemus Amigo do Livro e era a Gráfica e Editora Padre Berthier.

Mais um fumacê branco surgiu no ar e o nome era da professora Josenira Ferreira como Educadora Emérita.

Já tinha gente tossindo com tanta fumaça, quando saiu o nome do Educador Motivador: professor Aleixo da Rosa.

Faltava o Patrono. Ah, o Patrono, quem será o Patrono? E a fumacinha veio ali dos lados da Paissandú. – Que massa, a EENAV, a escola que completava 95 anos, a escola das normalistas, era a Patronesse da feira.

Ah, mas agora sim, a feira do livro estava do balacobaco! Só que, do nada, chegou uma notícia: 18 mil alunos da rede de ensino do município terão 40 Reais, cada um, para comprar livros na feira. Era o vale livro, um programa da Prefeitura de Passo Fundo. E a feira que era do balacobaco ficou do ziriguidum também.

Alguém do grupo parecia o burro do Shrek e perguntava insistente: já dá pra começar a feira? Ainda não. Tá pronta a feira? Não, ainda não. E agora, dá pra começar? Aff…

Estava faltando o tema da feira, claro! Aquela frase pra convidar, pra mostrar o espírito da coisa, e aí foi dureza. Vou contar pra vocês, bem baixinho… De um lado estavam os mano da quebrada e, do outro, aquele pessoal que fala certinho, que usa o ‘s’ quando é plural. Meuuu, que embate rolou. Mas a turma estava de boa e ajeita daqui, arruma dali, entenderam que o tema da feira tinha que ser leve, fácil, bom de dizer e assim nasceu o Bora lá, Bora lê!

Tudo montadinho no Espaço Roseli, chegou o domingo, dia 20 de outubro.

Que dia bonito foi aquele! Finalmente a 36ª Feira do Livro estava acontecendo.

 

Vieram as autoridades, crianças, amigos.

E quando a feira começou, quando o primeiro ônibus chegou, cheio de crianças, o livreiro fez a primeira venda de um livro, quando a primeira criança escutou uma contação de histórias, o primeiro jovem saiu feliz com o autógrafo e o primeiro adulto ouviu, atento, o escritor, todos entenderam porque feiras do livro não morrem.

Essa história é de 2024, mas poderia ser de 1997, porque tudo sempre se repetirá enquanto alguém encontrar um banco, uma mesa, um cantinho, abrir um livro e criar um mundo.

Era uma vez a Feira do Livro mais querida que, todos juntos, pudemos fazer.

 

FONTE: www.neipies.com/era-uma-vez-uma-cidade-que-amava-livros/

 

Autora: Miriê Tedesco, secretária municipal de Cultura de Passo Fundo, RS.

 

 

 

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