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Estado começa monitoramento de agressores de mulheres por tornozeleiras eletrônicas

O governo do Estado concretizou nessa sexta-feira (19/05) o último passo que restava para início da operação do projeto Monitoramento do Agressor. Para prevenir feminicídios, a iniciativa inédita no país permitirá o uso de tornozeleiras eletrônicas em agressores para evitar que se aproximem de vítimas amparadas por medidas protetivas de urgência (MPU) deferidas pela Justiça com base na Lei Maria Penha. Em ato no Palácio Piratini, o governador Eduardo Leite assinou o termo de cooperação a partir do qual o Judiciário poderá determinar a instalação dos equipamentos em agressores que demonstrem risco potencial à mulher, que receberá um celular especial para acompanhamento e alertas de segurança.

O governador Eduardo Leite de casaco e cala azuis camisa e tnis brancos assinado um documento sobre um pequena mesa em uma sala com carpete e parede de ripas de madeira Ao fundo outras autoridades envolvidas no projeto observao ao lado de bandeiras do RS e do Brasil

Governador assinou o termo de cooperação que formaliza o início da implantação do projeto – Foto: Gustavo Mansur/Secom

Na solenidade, também foi divulgado o cronograma de implantação e de distribuição (clique aqui) dos 2 mil kits de equipamentos adquiridos a partir de investimento de R$ 4,8 milhões do Programa Avançar. O projeto entra em execução nos municípios de Porto Alegre e Canoas e, na sequência, será expandido para os demais municípios do Rio Grande do Sul. A distribuição da tecnologia está baseada em um modelo de risco para agressores e vítimas de violência doméstica desenvolvido pelo Programa RS Seguro em parceria com a London School of Economics (leia mais abaixo).

O governador Eduardo Leite fala segurando um microfone diante de um plpito Atrs dele bandeiras do Brasil e do RS Ao lado braso do RS em uma pea de acrlico afixada em uma parede de ripas de madeiras

Governador ressaltou a união institucional para possibilitar o uso de tecnologia que amplie a proteção das mulheres – Foto: Gustavo Mansur/Secom

“Estamos aqui celebrando este avanço nesse entendimento interinstitucional sobre o monitoramento do agressor, porque se nós temos um crime que acontece muitas vezes dentro de casa, sem a capacidade do poder público estar com um policial dentro de cada casa, nós colocamos o Poder Público, através do que a tecnologia nos proporciona, no calcanhar desses agressores. É uma forma de estarmos ali presentes. É mais um esforço no entendimento institucional e que temos a convicção de que vai nos dar um suporte importante para fazermos esse monitoramento de forma a reduzirmos esses indicadores”, afirmou o governador Eduardo Leite.

Secretrio da Segurana Pblica Sandro Caron fala ao microfone Ele est de casaco azul marinho e camisa lils Ao lado dele uma mulher de casaco verde blusa preta cabelos loiro escuto observa

Secretário da Segurança Pública, Sandro Caron ressaltou o ganho que a tecnologia trará para o enfrentamento ao feminicídio – Foto: Gustavo Mansur/Secom

Para o secretário da Segurança Pública, Sandro Caron, o início das operações irá reforçar ainda mais o conjunto de ações que vêm sendo adotadas pelo Estado no combate ao feminicídio. “Além de trabalharmos pelo fortalecimento das estruturas de segurança, também seguiremos investindo em novas ferramentas e soluções visando o combate à violência doméstica. Este é um crime desafiador que muitas vezes ocorre de forma silenciosa no ambiente familiar. Por isso, as forças policiais estão mobilizadas e atuando de forma integrada para identificar estes casos para reduzir ainda mais os indicadores de feminicídio”, reforçou Caron. 

O projeto é uma iniciativa do Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher – EmFrente, Mulher, sob a coordenação do RS Seguro, com objetivo de desenvolver uma estratégia pública padronizada para aperfeiçoar a rede de monitoramento de casos de violência doméstica no Estado. A iniciativa ainda agrega ao sistema de Justiça uma solução tecnológica que possibilita duplo monitoramento, tanto do agressor (tornozeleira eletrônica) como da vítima (telefone celular), contemplando o uso e cruzamento de tecnologias já existentes.

Diretor-executivo do RS Antnio Padilha fala segurando um microfone Ele est de casaco preto e camisa lils claro Ao fundo parede com ripas de madeira e bandeiras do RS e do Brasil

Diretor-executivo do RS, Antônio Padilha agradeceu o empenho das autoridades envolvidas para concretizar o projeto – Foto: Gustavo Mansur/Secom

“Essa iniciativa, além da importância de oferecer a máxima proteção possível das vítimas de violência doméstica e familiar, traz consigo um enorme simbolismo, na medida em que foi idealizada pelo Estado, no âmbito do Comitê EmFrente, Mulher, em seu sentido mais amplo, com a participação efetiva de representantes de todos os Poderes, além de várias instituições e órgãos, inclusive da sociedade civil, o que deve ser motivo de muito orgulho para todos nós”, destacou o diretor-executivo do RS Seguro, Antônio Padilha.

Na solenidade no Piratini, além de Leite, Padilha e Caron, também assinaram o termo de cooperação a presidente do Tribunal de Justiça do RS, desembargadora Íris Helena Medeiros Nogueira, o procurador-Geral de Justiça, Marcelo Lemos Dornelles, o secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo, Luiz Henrique Viana, o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Cláudio dos Santos Feoli, o chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Antônio Sodré de Oliveira, e o superintendente dos Serviços Penitenciários, Mateus Schwartz dos Anjos.

Análise de dados para otimizar aplicação da tecnologia

O Monitoramento do Agressor busca dar maior efetividade às MPUs, minimizando os riscos e aumentando a segurança das vítimas com a oferta de tecnologia para sua proteção, além da efetiva prevenção contra ocorrências de feminicídios. Para estabelecer o desenho de implantação do projeto, o RS Seguro assinou, em 11 de setembro de 2021, um termo de cooperação com a London School of Economics (LSE).

Foi criada uma ferramenta de Business Intelligence (BI) para identificar quais mulheres têm mais risco de serem vítimas de feminicídio, visando a priorização das ações protetivas do Estado. Esse BI auxiliará os juízes a verificarem os casos de MPU que mais necessitam do duplo monitoramento (vítima e agressor). Para o desenvolvimento deste modelo, foram analisados dados individuais e ocorrências policiais em todo Estado do Rio Grande do Sul.

As equipes da Polícia Civil e da Brigada Militar que atuarão no Monitoramento do Agressor já passaram pela fase de treinamento, para a operação e implantação do projeto. A matriz curricular contou com temas como conceitos e plataforma de monitoramento eletrônico, funcionamento da tornozeleira, testes de uso do dispositivo e simulações.


Créditos: Divulgação/Estado-RS

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