Quem aqui como eu um dia teve esse prazer? Lembro bem… época de escola, bons tempos, e para mim aquilo era mágico. Lembro da bicicleta enfeitada com fitas verdes e amarelas, das horas dedicadas para deixá-la bonita para a ocasião. O orgulho de estar ali, sendo visto por toda a cidade, vestindo a camiseta da escola, era imenso. As bandeiras do Brasil tremulando no vento pareciam estar em câmera lenta, a alegria de acordar cedo, o frio na barriga antes de entrar na avenida e o coração acelerado enquanto marchava… tudo isso fazia parte de um momento único. Havia ainda a expectativa nos dias que antecediam, até mesmo pelo final da aula, quando chegava a hora dos ensaios, esperados com ansiedade e vividos com entusiasmo. Maravilhosas lembranças de quando um simples gesto de participar de um desfile carregava um sentido enorme de pertencimento e de patriotismo. Eu batia no peito e dizia: EU SOU BRASILEIRO!
Com o passar dos anos, esse sentimento foi ficando distante. Talvez pela rotina, pela correria do dia a dia ou até mesmo por ver que muitas vezes o verdadeiro espírito de união nacional se perdeu em meio a divisões e disputas políticas. Aquela alegria que antes parecia natural foi se esvaindo.
Mas aí veio o desfile de 7 de setembro de 2025! E sabe o que mais me marcou neste 7 de setembro, agora vivendo essa data como repórter? As crianças. Voltar a vê-las participando, sorrindo, segurando bandeiras e marchando com seus colegas de escola reacendeu em mim aquela chama que parecia apagada. Foi como se, por alguns instantes, eu tivesse voltado no tempo.
Pais levando seus filhos para ver o desfile, famílias reunidas, o olhar curioso das crianças tentando entender o que significa tudo aquilo. O brilho no olhar de cada menino e menina vendo os militares, admirando as viaturas policiais, talvez uma chama acesa nesses pequenos corações.
– Olha, filho, aquele é o major, o tenente, o sargento… eles que comandam tudo.
– Olha, mãe, tem policiais mulheres também!
Essas cenas me fazem refletir. Ser patriota não é levantar uma bandeira partidária.
Ser patriota é valorizar a história do nosso país, respeitar nossos símbolos, compreender nossa identidade e transmitir isso para as próximas gerações.
As crianças de hoje são o Brasil de amanhã. Elas estão formando, a cada gesto e a cada palavra que recebem dos adultos, a visão que terão da pátria. Somos responsáveis por aquilo que elas vão aprender sobre o que é ser brasileiro. É nosso dever mostrar que o orgulho de ser do Brasil não está em discursos prontos, mas na vivência, no exemplo, na responsabilidade com o futuro.
O nosso teto de hoje será o chão delas no futuro. Se queremos que caminhem mais longe, precisamos dar a elas uma base sólida, feita de valores, respeito e amor pelo país. Um Brasil que seja de fato delas, e no qual possam realizar coisas que nem imaginamos.
Ver aquelas crianças no 7 de setembro não foi apenas emocionante. Foi uma lembrança viva de que o futuro já começou, e ele está marchando diante de nós, com passos pequenos, mas carregados de esperança.
E talvez seja isso o que o 7 de setembro sempre quis nos ensinar: que a independência não é apenas passado, mas também um compromisso com o amanhã, um amanhã que está sendo sonhado hoje pelos olhos das nossas crianças.














