Grupo Planalto de comunicação

Ex-coordenador do Procon de Passo Fundo é indiciado por aplicar golpes em idosos durante atendimentos As ações ocorreram por conta de um vício em jogos de azar, o que o levou a contrair dívidas.

Foto: Jéssica França

A Polícia Civil indiciou o ex-coordenador do Procon de Passo Fundo, W.R, por peculato após denúncias de que ele teria se apropriado de valores de ao menos sete idosos entre fevereiro e abril deste ano. Os crimes teriam ocorrido durante atendimentos realizados dentro da unidade, quando as vítimas procuravam ajuda para contestar descontos indevidos em suas aposentadorias.

Em 3 de abril, o Grupo Planalto de Comunicação recebeu um vídeo-denúncia de um morador relatando que sua mãe foi vítima de um golpe após buscar atendimento no Procon Municipal. Segundo ele, durante a consulta, o servidor pediu o celular da idosa para verificar a origem dos descontos e, sem autorização, contratou um empréstimo consignado, transferindo R$ 370 via Pix para outra conta. A transação foi parcelada em três vezes. Após descobrir o ocorrido, o filho da vítima foi até o local cobrar explicações. Com a confissão do servidor, o secretário municipal da pasta interveio pessoalmente, exigindo o ressarcimento imediato do valor com juros.

Diante da denúncia, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Passo Fundo exonerou o servidor, que ocupava um cargo de confiança. A prefeitura informou ainda que, até o momento, não foi acionada judicialmente para ressarcir vítimas dos golpes aplicados pelo ex-funcionário.

Segundo o delegado Mario Pezzi, os casos foram investigados pelo Cartório do Idoso da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente. Foram encaminhados ao Poder Judiciário sete inquéritos relacionados ao caso. Durante o depoimento, W.R confessou as transferências indevidas e alegou que as ações ocorreram por conta de um vício em jogos de azar, o que o levou a contrair dívidas. Ele afirmou ainda estar em tratamento psiquiátrico e psicológico para ludopatia.

Além da atuação no Procon, ele também é investigado em um outro caso de grande repercussão na cidade. O ex-coordenador trabalhou anteriormente na Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) de Passo Fundo, onde é apontado pelo Ministério Público como um dos envolvidos no suposto acobertamento de fugas de detentos. Em abril, ele chegou a ser preso e teve o celular apreendido. Foi solto por meio de habeas corpus e atualmente responde ao processo em liberdade.

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