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GAECO/MPRS deflagra operação contra criminoso que usava nome de autoridades no golpe dos nudes Criminoso de Gravataí se passava por adolescente e depois por promotor para extorquir vítimas

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) deflagrou nesta terça-feira (27), em Gravataí, a “Operação Verdade Nua”. A ação tem como alvo um criminoso gaúcho acusado de aplicar o chamado golpe dos nudes, usando nomes e imagens de autoridades públicas para extorquir vítimas em diferentes regiões do país.

Segundo a investigação, iniciada em janeiro deste ano, o golpista se apresentava como um adolescente em redes sociais e, após iniciar uma conversa íntima com as vítimas, passava a trocar mensagens e fotos via WhatsApp. Em seguida, assumia outra identidade — a de uma autoridade jurídica, como promotores ou delegados — para ameaçar as vítimas com acusações graves, como pedofilia, exigindo dinheiro para não dar andamento a supostas investigações.

Uma das vítimas, moradora do Nordeste, desconfiou do golpe ao notar o código DDD 51, do Rio Grande do Sul, e acionou o MPRS. A partir daí, com autorização judicial, o GAECO cumpriu mandado de busca e apreensão na residência do investigado em Gravataí, com apoio da Brigada Militar e do cão farejador Tobias.

Coordenada pela promotora de Justiça Maristela Schneider, a operação teve supervisão do coordenador estadual do GAECO, promotor André Dal Molin. A Justiça também autorizou a quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático do investigado, além do bloqueio de contas e chaves Pix utilizadas nos crimes. O criminoso usa tornozeleira eletrônica e já responde por tentativa de homicídio e outros delitos.

De acordo com a promotora, os envolvidos já se passaram por diversas autoridades, como o procurador-geral de Justiça do Estado, policiais civis e militares, juízes e promotores. “Autoridades não entram em contato exigindo dinheiro de pessoas. Isso também configura crime e deve ser denunciado”, alerta Schneider.

Como funciona o golpe dos nudes

No caso investigado, o criminoso iniciou contato com a vítima pelo Instagram, trocando depois mensagens no WhatsApp com intimidade crescente. Após receber fotos íntimas da vítima, um segundo contato — se passando por autoridade — afirmou que o envio de nudes a um menor era crime e ameaçou levar o caso à Justiça. Para evitar consequências, exigia pagamento.

A vítima percebeu a fraude e se recusou a pagar, encerrando a conversa e denunciando o caso ao Ministério Público.

Dicas para se proteger

  • Nunca envie fotos íntimas para pessoas desconhecidas.
  • Desconfie de perfis com poucos seguidores ou informações.
  • Evite conversas com flertes exagerados ou pressa para troca de imagens.
  • Sempre que possível, peça uma videochamada ou um documento da pessoa.
  • Marcar encontros em locais públicos pode ajudar a confirmar a identidade do contato.

Como denunciar

O primeiro passo é registrar um boletim de ocorrência. No Rio Grande do Sul, o Ministério Público pode ser contatado diretamente. Em Porto Alegre, o telefone é (51) 3295-1100. No interior, o contato deve ser feito com a Promotoria de Justiça mais próxima. Também é possível enviar e-mail para atendimentovitimas@mprs.mp.br ou usar o canal de denúncias no site oficial do MPRS.

Reportagem: Redação
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