Golpes de falsos investimentos têm crescido de forma alarmante no ambiente virtual, com criminosos utilizando táticas cada vez mais sofisticadas. Segundo o delegado Eibert Moreira, diretor do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DERCC), até usuários com alto grau de instrução estão caindo nesse tipo de fraude. “A Polícia Civil elevou o combate ao crime em ambiente virtual como prioridade. Foi um grande passo, um grande avanço, é o primeiro departamento do Brasil que tem essa temática”, afirma.
De acordo com o delegado, o aumento dos casos se intensificou após a pandemia da Covid-19, especialmente nos últimos meses. As vítimas são conduzidas para plataformas falsas que simulam instituições financeiras legítimas. Nelas, os golpistas se apresentam como gestores de investimentos e oferecem falsas promessas de lucros elevados, muito acima do que o mercado tradicional pode garantir. Para aumentar a credibilidade, os criminosos utilizam dados pessoais das vítimas, o que torna a abordagem ainda mais convincente.
O esquema funciona de forma estratégica. A vítima realiza depósitos em uma plataforma aparentemente funcional, onde consegue visualizar os valores como se estivessem aplicados em investimentos reais. Segundo Eibert, os criminosos simulam lucros em criptomoedas ou ativos com rentabilidade elevada. “Na sequência, o falso corretor indica como fazer os investimentos, a pessoa deposita o dinheiro e enxerga os lucros na tela. Assim, a vítima deposita cada vez mais dinheiro e, no fim, não consegue tirar”, detalha.
Um ponto que chama atenção é o perfil das vítimas. Antes, pessoas com pouco conhecimento digital eram os principais alvos. Agora, os golpistas miram indivíduos com nível superior, familiarizados com tecnologia e finanças. “A gente transita no ambiente virtual sem de fato conhecê-lo. Por isso, a sugestão é sempre desconfiar de grandes retornos desses investimentos que oferecem rentabilidade acima da média”, alerta o delegado.
Além da desconfiança, o diretor do DERCC recomenda que o usuário nunca faça transferências via Pix, boleto ou cartão de crédito para plataformas sem antes confirmar sua existência legal no Brasil. É fundamental verificar se a empresa está registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e, sempre que possível, consultar corretores autorizados de instituições reconhecidas.
Caso a pessoa perceba que caiu em um golpe, a orientação da Polícia Civil é registrar imediatamente a ocorrência, presencialmente ou por meio da Delegacia On-line. Também é importante reunir o maior número possível de informações: e-mails trocados, mensagens, links, perfis em redes sociais, chaves Pix e comprovantes de pagamento. Com esses dados, os agentes podem dar início à investigação patrimonial, realizar bloqueios e, futuramente, buscar o ressarcimento dos valores.
Reportagem: Redação
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