O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que a crise enfrentada pelos agricultores do Rio Grande do Sul deve ser analisada dentro de um contexto nacional. Mesmo diante dos efeitos da enchente de 2024 e de várias safras prejudicadas pela estiagem, ele avaliou que dificuldades semelhantes ocorrem em outras regiões do país e que não há, no momento, planos do governo para implementar uma renegociação ampla das dívidas do setor.
Costa destacou que temas como dívidas rurais e eventos climáticos extremos são recorrentes em todo o Brasil, e que a responsabilidade fiscal impede a quitação generalizada de débitos com recursos públicos. Segundo ele, pedidos de ajuda precisam considerar o cenário do país como um todo, e não apenas situações regionais.
As declarações contrastam com a posição do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que reconhece a gravidade da situação no Estado e defende um plano mais robusto para apoiar os produtores locais. No entanto, essa visão parece não ser compartilhada amplamente dentro do governo.
O foco da União, segundo Rui Costa, está na elaboração do novo Plano Safra. Ele também citou medidas já adotadas, como a suspensão do pagamento da dívida do Estado com a União e a liberação de R$ 136 milhões para a prorrogação, por até três anos, de contratos com juros subsidiados.
Apesar disso, representantes do setor agropecuário argumentam que as ações anunciadas são insuficientes, já que muitos produtores continuam com dívidas fora do escopo das medidas atuais.
A manifestação foi feita à Radio Gaúcha.