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Hospitais estão em alerta com o aumento da demanda por atendimentos pediátricos

Em reunião realizada na manhã desta quarta-feira (19) com os hospitais de Passo Fundo, o Município manifestou preocupação com o cenário dos atendimentos pediátricos. Em decorrência do inverno, a demanda é crescente, sobretudo, em função de quadros respiratórios. A Prefeitura, que já vem adotando medidas concretas para absorver a procura pelos serviços de saúde, buscará apoio do governo estadual para alternativas conjuntas.
O prefeito Pedro Almeida salienta que toda a rede municipal de Saúde está mobilizada para atender a população. “A Prefeitura tem tomado todas as ações possíveis para ampliar e qualificar o número de atendimentos pediátricos na atenção básica, que é a competência municipal, seja com a contratação de pediatras, a entrega do Hospital Dia da Criança e a Operação Inverno, que estendeu o horário de funcionamento de três unidades de saúde para o turno da noite, sábados e domingos. No entanto, é registrada uma crescente procura pelos hospitais com o aumento também de casos graves durante o período de frio, o que ocasiona esta preocupação”, considerou.
O gestor municipal irá a Porto Alegre na próxima semana a fim de expor o cenário de Passo Fundo e solicitar apoio do governo estadual com ações que possam aliviar as instituições hospitalares e garantir o atendimento efetivo das crianças. “O Município tomou medidas muito importantes, como a implementação do Hospital Dia da Criança, a contratação de mais médicos e pediatras e a Operação Inverno com a ampliação do horário de funcionamento de unidades de saúde. Apesar disso, seguimos preocupados com a demanda crescente e queremos conversar com o Estado sobre como o governo estadual pode auxiliar”, destacou.
Segundo o secretário municipal de Saúde, João Pedro Nunes, uma das tratativas que será levantada por Passo Fundo é uma redistribuição da chamada “vaga zero” para que não haja a sobrecarga dos hospitais da cidade. “A Vaga Zero é um recurso essencial para atender pacientes em risco. Então, os hospitais São Vicente de Paulo e de Clínicas recebem pacientes de Passo Fundo e da região, regulados pelo Estado, havendo ou não leitos disponíveis. O intuito do Município é reduzir a sobrecarga dos hospitais, que estão bastante preocupados e em alerta com a situação do aumento dos atendimentos pediátricos”, defendeu.
Aumento que impacta no Hospital Dia da Criança
O Hospital Dia da Criança (HDC) foi inaugurado pela Prefeitura em novembro do ano passado para qualificar os atendimentos de baixa complexidade. Uma estrutura de 650 metros quadrados e com funcionamento 24 horas, junto ao Hospital Municipal, foi planejada para acolher as crianças de 0 a 12 anos, contribuindo com uma melhor aceitação ao tratamento e a adaptação ao ambiente hospitalar. Desde então, mais de 26,5 mil atendimentos foram realizados.
Conforme a diretora do Departamento de Gerenciamento Médico do HDC, médica pediatra Caroline Barbiero, a unidade tem sentido os impactos da elevada demanda por atendimentos na cidade. As equipes têm efetuado 40 a 60 atendimentos por turno e verificado, ainda, a elevação da gravidade dos casos. “Registramos um aumento muito importante nos últimos 30 dias com atendimentos, principalmente, relacionados a sintomas respiratórios, como bronquiolite, broncopneumonia e exarcerbações de asma, além de todas as outras demandas da rotina hospitalar. Além disso, não estamos mais absorvendo somente a baixa e média complexidade, mas a alta, que não é o foco do Hospital Dia da Criança por não termos estrutura física e técnica que tal complexidade exige, necessitando de transferência para os hospitais de Clínicas e São Vicente de Paulo”, afirmou.
Este contexto interfere no tempo de espera. “Estamos atendendo todos os pacientes, mas prioridade é do paciente com um quadro grave. Temos leitos de observação lotados, com pacientes com tempo de permanência hospitalar de 72 horas devido à dificuldade para a transferência hospitalar, o que impacta na entrada de novos pacientes”, pontuou, enfatizando que é fundamental que a população busque as unidades de saúde dos bairros para os casos leves.
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