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Idosa de 87 anos é resgatada em Passo Fundo após ser encontrada em estado de abandono Brigada Militar e SAMU foram acionados após denúncia de populares; a idosa apresentava ferimentos pelo corpo

Na manhã desta sexta-feira (22), uma idosa de 87 anos foi resgatada em situação de abandono em Passo Fundo. O caso ocorreu na Avenida Zero Hora no bairro Boqueirão, mobilizou moradores, equipes de saúde e forças de segurança. Populares informaram ter ouvido gritos vindos do interior da casa e acionaram a equipe do SAMU que compareceu ao endereço.

Foto: A idosa foi encontrada sozinha na residência, com ferimentos visíveis, no momento em que a equipe de saúde e a Brigada Militar chegaram ao local.

Ao acessar o imóvel, a equipe do SAMU encontrou a idosa sozinha, desorientada e debilitada. Segundo informações repassadas à reportagem, o ambiente estava insalubre, com forte mau cheiro. A vítima apresentava resposta motora precária e feridas pelo corpo. A Brigada Militar foi chamada e após os trâmites encaminhou o caso à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), onde foi registrado o boletim de ocorrência . Após avaliação inicial e estabilização, o SAMU removeu a paciente para o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), onde ela permanece sob cuidados médicos.

Foto: A equipe encontrou o imóvel em condições insalubres, com forte mau cheiro, acúmulo de sujeira e desorganização, refletindo o abandono em que a idosa vivia.

Informações preliminares apontam que a idosa estaria sob responsabilidade de um cuidador. De acordo com relatos, ele trancaria a residência e deixaria alimentos, sem prestar a assistência necessária, circunstância que agora será apurada pela Polícia Civil. Como determina o Estatuto do Idoso, profissionais de saúde têm obrigação legal de notificar suspeitas de violência ou negligência, o que foi cumprido pelas equipes que atenderam a ocorrência.

O episódio reacende o alerta para a proteção de pessoas idosas. A rede de atendimento, que envolve unidades básicas de saúde, ambulatórios, assistência social municipal (CRAS e CREAS), conselho municipal do idoso e forças de segurança, costuma receber relatos de abandono, negligência e violência psicológica. Nestes casos, a orientação é sempre acionar os órgãos competentes para garantir acolhimento, avaliação clínica e medidas de proteção.

Em nível estadual, os registros mostram cenário de atenção: em 2024, foram contabilizados mais de 61 mil casos de violações de direitos contra pessoas idosas no Rio Grande do Sul; nos primeiros meses de 2025, os registros já somam dezenas de milhares de ocorrências. Em âmbito nacional, a negligência permanece entre as violações mais notificadas, com crescimento expressivo das denúncias em comparação ao ano anterior. Esses números reforçam a necessidade de vigilância comunitária e de respostas rápidas da rede pública.

Autoridades e especialistas lembram que sinais como gritos de socorro, mau cheiro persistente, higiene precária, ferimentos sem explicação, desnutrição e isolamento social exigem atenção imediata. Vizinhos, familiares e profissionais de serviços públicos podem e devem denunciar. Os canais disponíveis incluem o Disque 100 (Direitos Humanos), a Brigada Militar pelo 190 e o Conselho Municipal do Idoso, além das delegacias de polícia. Em situações de urgência, o SAMU (192) deve ser acionado para atendimento médico no local.

O caso em Passo Fundo seguirá sob investigação para apurar responsabilidades e adotar medidas de proteção à vítima. A expectativa é que, a partir dos laudos médicos, depoimentos e relatórios das equipes que atenderam a ocorrência, a autoridade policial defina os próximos passos, como eventual responsabilização de cuidadores e articulação com a rede socioassistencial para garantir acolhimento digno e acompanhamento contínuo.

Conforme o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003), a negligência ou abandono de um idoso caracteriza crime de maus-tratos, que prevê detenção de 6 meses a 3 anos, além de multa, quando a ação ou omissão coloca a vida ou a saúde do idoso em risco.

Reportagem: Redação
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