Nesta quinta-feira (12), o exército israelense emitiu um aviso pedindo que os moradores da Cidade de Gaza, que tem mais de 600 mil habitantes, deixem suas casas em direção ao sul da região em até 24 horas. O porta-voz do exército afirmou que a “evacuação é para a própria segurança” dos habitantes da Faixa de Gaza e recomendou que as pessoas só voltem à Cidade de Gaza quando o governo israelense permitir. Palestinos temem que a ordem seja um indicativo de que o Exército israelense entre por terra em Gaza.
As 24 horas serão completadas às 18 horas desta sexta-feira (13), no horário de Brasília.
O conflito entre Israel e Palestina teve início no último sábado (7), após extremistas do grupo Hamas iniciarem um ataque sem precedentes contra o território israelense. Israel se declarou em guerra e os bombardeios entre os dois lados continuam desde então, com mais de 2.800 mortos até o momento, sendo 1.537 palestinos e 1.300 israelenses.
Israel impôs um bloqueio total ao território na última segunda-feira (9), dois dias depois que o grupo extremista Hamas atacou o país. Nesta quinta, o país afirmou que a região ficará sem energia, água e comida até a libertação dos cerca de 150 reféns levados pelo Hamas após o ataque de sábado. Além de alimentos e água, o bloqueio impede a entrada de combustível e eletricidade. Todos os pontos de passagem para fora do território também foram fechados. A passagem egípcia de Rafah é a única rota de saída de Gaza não controlada por Israel e foi bombardeada repetidamente esta semana.
Comida e água potável estão quase acabando na Faixa de Gaza, afirmou o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) nesta quinta-feira. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (IRCRC) disse também nesta quinta que o combustível para geradores hospitalares em Gaza acabaria em breve. A organização também afirmou que não era possível abastecer o estoque de medicamentos do território por conta do bloqueio.
“Sem eletricidade, os hospitais correm o risco de se transformarem em necrotérios”, afirmou o diretor regional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Fabrizio Carboni.
Os hospitais na Faixa de Gaza estão “no limite” e “o tempo está se esgotando” para evitar uma catástrofe humanitária, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira (13). O porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, sublinhou que os hospitais “têm apenas algumas horas de eletricidade por dia, pois são forçados a racionar as reservas de combustível que se esgotam e dependem de geradores para sustentar as funções mais críticas”. Mesmo essas funções terão de cessar dentro de alguns dias, quando os estoques de combustível acabarem. O impacto seria devastador para os pacientes mais vulneráveis, incluindo os feridos que precisam de cirurgias críticas, pacientes em unidades de terapia intensiva e recém-nascidos dependentes de cuidados em incubadoras.