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Juros nos EUA caem, Selic é mantida em 15% e efeitos na economia brasileira se intensificam Cenário monetário global cria oportunidades e desafios para o Brasil, com impacto direto no câmbio, no crédito e na confiança de investidores

Créditos de imagem: Braza Bank

A decisão do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, de iniciar cortes graduais na taxa de juros, somada à manutenção da taxa Selic em 15% pelo Banco Central brasileiro, projeta novos efeitos sobre a economia nacional. Enquanto a maior potência econômica do mundo adota uma postura de estímulo, o Brasil opta por preservar o aperto monetário para controlar a inflação, o que gera um ambiente misto para investidores e consumidores.

Com os juros americanos em queda, o Brasil volta a se tornar mais atrativo para o capital estrangeiro de curto prazo, já que os títulos públicos brasileiros oferecem retorno real mais elevado. Isso tende a fortalecer o real frente ao dólar e reduzir a pressão sobre o câmbio no curto prazo. No entanto, a manutenção da Selic em patamar elevado mantém o crédito caro e restringe a atividade econômica doméstica.

Analistas apontam que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) reflete a persistência da inflação acima da meta e a necessidade de consolidar as expectativas dos agentes econômicos. Ao mesmo tempo, o custo dessa política já começa a ser sentido: consumidores enfrentam juros elevados para financiamento e empréstimos, e setores como construção civil, varejo e indústria sofrem com a desaceleração do consumo.

No cenário fiscal, a taxa Selic alta também pressiona os cofres públicos, aumentando o custo da dívida interna. A combinação de crescimento lento e gastos elevados coloca em xeque a capacidade do governo de cumprir metas fiscais, o que pode gerar incertezas adicionais no mercado.

Por outro lado, a queda dos juros nos Estados Unidos pode favorecer a entrada de recursos externos na Bolsa brasileira e em setores exportadores, que ganham competitividade com um real mais valorizado e menor aversão global ao risco. A expectativa é que, caso a inflação siga em desaceleração no Brasil, o Copom possa iniciar um ciclo de cortes em 2026, abrindo espaço para recuperação mais robusta da economia.

Enquanto isso, especialistas alertam que a combinação de juros altos e crescimento fraco exige atenção. O equilíbrio entre controle inflacionário e estímulo ao consumo será decisivo nos próximos meses para definir o rumo da economia brasileira.

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