A Justiça concedeu, na tarde desta segunda-feira (15), a progressão para o regime aberto a Elissandro Spohr, conhecido como Kiko, ex-sócio da boate Kiss. Com a decisão, ele se torna o primeiro dos quatro condenados pela tragédia de Santa Maria a obter liberdade condicional, mediante monitoramento eletrônico.
O benefício foi concedido após pedido da defesa, com base no cumprimento dos requisitos previstos na legislação penal. Entre as condições impostas, Elissandro deverá manter vínculo formal de trabalho, comparecer periodicamente à Justiça para prestação de contas e permanecer sob monitoramento por tornozeleira eletrônica.
Segundo a defesa, Spohr vem cumprindo integralmente todas as determinações judiciais ao longo da execução da pena. Até então, ele estava recolhido na Penitenciária Estadual de Canoas, na Região Metropolitana.
Elissandro é um dos quatro condenados pelo incêndio ocorrido em 27 de janeiro de 2013, na boate Kiss, em Santa Maria, tragédia que resultou na morte de 242 pessoas e deixou mais de 630 feridos. Em 2021, ele foi condenado a 22 anos e seis meses de prisão, pena que foi reduzida para 12 anos após julgamento do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em agosto de 2025.
Antes da progressão ao regime aberto, Elissandro já havia obtido autorização para saída temporária destinada ao trabalho externo, também com uso de tornozeleira eletrônica. O benefício havia sido concedido em outubro deste ano.
Outro ex-sócio da boate, Mauro Hoffmann, foi o último a obter o direito ao regime semiaberto. A progressão foi concedida em 11 de novembro. Ele permanece na Penitenciária de Canoas, com autorização para sair durante o dia para trabalhar e retornar à noite. Condenado inicialmente a 19 anos e seis meses de prisão, Mauro também teve a pena reduzida para 12 anos pelo TJRS.
Em nota, o escritório Maia e Lima Advocacia, responsável pela defesa de Elissandro e Mauro, afirmou que ambos vêm cumprindo rigorosamente todas as determinações judiciais desde a revisão das penas.
Outros réus
Os músicos Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, integrantes da banda Gurizada Fandangueira, também tiveram progressão de regime concedida. Eles cumprem pena no Presídio Estadual de São Vicente do Sul e passaram do regime fechado para o semiaberto.
A pena de ambos foi reduzida de 18 para 11 anos. Com a progressão, os dois estão autorizados a deixar o presídio durante o dia para trabalhar, com retorno obrigatório à noite. Marcelo já exerce atividade laboral no próprio município, enquanto Luciano aguarda liberação judicial para iniciar o trabalho externo.
Com a concessão do regime aberto a Elissandro Spohr, a expectativa é de que, nos próximos meses, as defesas dos demais condenados também ingressem com pedidos de liberdade condicional, com uso de tornozeleira eletrônica.
Reportagem: Jeferson Vargas
Informações: Diário de Santa Maria













