A Justiça determinou no domingo (26) a internação provisória de um adolescente de 17 anos envolvido no audacioso resgate de um apenado em Quaraí, na fronteira com o Uruguai. A decisão, baseada no parecer favorável do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), segue as diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e tem validade inicial de 45 dias.
O jovem, já reincidente, foi apontado por dirigir o veículo usado na operação de resgate que resultou em confronto armado, deixando dois policiais penais feridos. Em seu depoimento às autoridades, ele confessou sua participação no crime.
O juiz de Direito da Vara Judicial da Comarca de Quaraí, Éverton Padilha Soares, destacou a gravidade do ato, a periculosidade do adolescente e seu histórico de envolvimento em infrações graves como fundamentos para a decisão: “A ordem pública foi gravemente afetada pela natureza premeditada do ato infracional, que envolveu o uso de armas de fogo e demonstrou extrema ousadia.”
Além da internação, a Justiça autorizou a quebra do sigilo de um celular apreendido durante a operação para aprofundar as investigações.
A apreensão do adolescente ocorreu durante uma operação integrada da Brigada Militar, Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e Polícia Civil, com apoio das autoridades uruguaias, que também resultou na prisão de outros envolvidos.
José Diogo Castro de Souza, capturado em Artigas, e Raiane Gonçalves dos Santos com Erica Daniele Memdes Medina, detidas em uma residência onde o veículo usado na emboscada estava escondido, são alguns dos presos. As autoridades continuam em busca de Everton Corrêa Lopes, suposto terceiro participante no resgate do preso.
O incidente ocorreu quando criminosos interceptaram dois policiais penais que transportavam um detento para um tratamento médico, resultando em troca de tiros. Os criminosos conseguiram resgatar o preso e fugir em direção ao Rio Quaraí, desencadeando uma grande operação de busca que mobilizou mais de 30 agentes da Brigada Militar, incluindo equipes do Bope e do Choque, além de efetivos locais e colaboração internacional com as autoridades uruguaias.