No final de semana foi lançado em Passo Fundo, o livro que retrata a história do empresário Manoel Falcão. Ele ganhou mais notoriedade com sua empresa Auto Agrícola, que por mais de 60 anos revendeu os tratores Massey Fergusson. A história do empreendedor, no entanto, remonta muito mais tempo. Logo após a 2ª Guerra Mundial, a Europa estava parcialmente destruída e seus moradores começaram a migrar para outros países. Manoel Falcão, chegou com os pais e irmãos ainda criança (12 anos) em São Paulo, vindos de Portugal.
Enquanto o pai trabalhava em um posto de combustível, o menino começo a vender palha de aço (da Bombril), nas ruas. Mais tarde, se empregou em uma loja de bijuterias na capital paulista e depois dedicou-se à venda de tecidos. Foi nessa atividade que, de trem, começou viajar, inicialmente para o interior de São Paulo, e mais tarde ampliou o roteiro para o Rio Grande do Sul. Fazia as praças, Getúlio Vargas, Passo Fundo e São Borja, mas foi na capital do planalto médio que resolveu residir.
Dentre outras atividades empresariais, Manoel Falcão teve a sua consagrada revenda de veículos multimarcas, que estabeleceu na esquina das avenidas Sete de Setembro e Presidente Vargas e a Auto Agrícola, onde era concessionário da Massey Fergusson. Essa empresa teve matriz em Passo Fundo e mais sete filiais no Rio Grande do Sul. Falcão, relata que em um ano alcançou a marca de 400 tratores vendidos, contribuindo para o desenvolvimento da mecanização agrícola.
Mais tarde também teve a concessão dos caminhões Volkswagen. Na agricultura, o empreendedor fez muitos negócios, comprando e vendendo áreas de terras em Passo Fundo, Soledade, Sarandi e Mato Grosso. Dessa atividade resultou a consagrada Sementes Falcão, liderada atualmente pelo filho Humberto Falcão.
A biografia foi escrita pelo historiador Dalmiro Volnei da Silva. Ele destaca a honestidade como bandeira de sucesso nos negócios do biografado. Certa vez, Falcão se associou a uma padaria da cidade para ajudar um amigo no empreendimento. Como o negócio deu certo, o amigo propôs vender sua parte ou comprar a parte do sócio. No pano de fundo, como sabia que Falcão não tinha interesse em tocar a padaria, queria comprar a parte dele por um preço bem mais baixo.
Falcão propôs que fizesse o preço. O sócio colocou a cotação para baixo na certeza de que por esse valor compraria a parte de Falcão. Falcão, respondeu fechado o negócio, vamos no cartório que eu fico com a padaria toda. E assim foi feito. Dias depois, vendo o ex-sócio entristecido, disse a ele quer comprar a minha parte de volta. Aí negociaram por um preço justo. Foi uma lição de honestidade ao amigo.