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Leonardo: 15 anos de saudade e legado Comemorando sua trajetória de 50 anos, o cantor e compositor deixa um legado eterno de tradição, cultura e alegria.

Foto: Divulgação

Hoje, 7 de março de 2025, completam-se 15 anos da partida de Leonardo, um dos maiores ícones da música gaúcha. O cantor e compositor, natural de Viamão, nos deixou em 2010, aos 56 anos, após consequências decorrentes de um grave problema renal. Jader Moreci Teixeira é o nome de batismo do Leonardo, foi cantor e um dos grandes compositores do Rio Grande do Sul.

Em 30 de novembro de 1938, nasceu na Vila de Santa Tereza, em Bagé. Era filho de Lídia Teixeira e de pai desconhecido. Devido às dificuldades financeiras, foi obrigado a viver em lar adotivo.

Ele precisou começar a trabalhar desde cedo, na lavoura e no campo, lidando com gado e plantações. No entanto, a sua veia artística sempre esteve presente e pulsava com força. Tanto que, nos anos 40, chegou a vencer um grande concurso infantil.

Por volta de 1957, ele se mudou para Porto Alegre em busca de sua mãe (que só encontraria muito mais tarde). Na capital, passei a viver de bicos, dormindo e se alimentando onde fosse possível, chegando até a dormir em bancos de praça.

Em uma ocasião, ele estava passando em frente a um circo que tinha uma placa dizendo: “Precisa-se de um palhaço”. Aproveitou a oportunidade e assumiu o papel de “Palhaço Sabugo” por um tempo. Foi nesse mesmo circo que começou a aprender a tocar violão e cantar algumas músicas.

Em 1959, Jader passou a se chamar Leonardo, formando uma dupla com Leopoldo Lino dos Santos: a dupla sertaneja “Leopoldo e Leonardo”. Em São Paulo, gravaram três discotecas especiais para o mercado nacional. Em 1962, ele troca de parceiro e forma a dupla Leonardo e Lenoir, mais acabaram não gravando nenhum trabalho.

Em 1964, ao retornar ao Rio Grande do Sul, ele assistia a uma crescente força da música regional gaúcha, que começava a se estruturar e buscar seu próprio sucesso.

Foi então que conheceu os irmãos Elmo e Bruno Neher e passou a integrar o grupo Os Três Xirus. Juntos, alcançaremos o sucesso rapidamente com a música Baile da Coceira. Esse sucesso foi tão grande que, em 1965, o grupo voluntário para Portugal para participar de uma feira, e a música se tornou uma das mais tocadas do ano.

Em 1971, com o grupo “Os Três Xirus”, ele fez o show de abertura da I Califórnia da Canção de Uruguaiana, tornando-se, assim, o primeiro músico a se apresentar no palco principal.

Em 1975, após anos de sucesso e dez discos gravados, sendo três em alemão para a colônia gaúcha, ele deixou “Os Três Xirus” e passou a integrar o conjunto Os Vacarianos. No final do ano, decidiu continuar sua carreira solo.

Em 1976, passou a São Paulo em busca de contatos com duplas sertanejas e conseguiu algumas gravações, mas sem a repercussão esperada. Três meses depois, retornou ao Rio Grande do Sul e passou a produzir o selo fonográfico “Querência”, por qual trabalhou e lançou mais de 200 títulos e autores, entre eles: Os Atuais, Gaúcho da Fronteira, Os Mirins e muito mais.

Em 1978, compôs Céu, Sol, Sul, Terra e Cor e venceu a III Ciranda Teuto-Rio-Grandense de Taquara, sendo acompanhado pelo conjunto Os Mirins.

Em 1979, iniciou sua carreira de gravação solo com o disco “Leonardo”, lançado pela K-Tell. Em 1981, lançou o LP “O Fumo”.

Em 1982, venceu a Califórnia da Canção de Uruguaiana com a música Tertúlia, acompanhada pelo conjunto Os Serranos. Também lançou o LP Bagual de Chácara pela Discos Chororó, seguido de uma intensa sequência de shows e o lançamento do LP Viva a Bombacha pela Chanteler.

Em 1984, lançou o LP Morocha Não pelas Gravações Elétricas, com a canção título sendo uma resposta humorística à música Morocha.

Em 1986, venceu a Ciranda das Cirandas, festival que reuniu as vencedoras de cada ano, e lançou o LP Carta à Uruguaiana pela Chanteler.

Em 1987, foi agraciado com o título de Compositor do Ano pelo Sindicato dos Compositores. Nesse mesmo ano, a ACIT lançou o disco comemorativo Leonardo – 25 Anos. Em 1989, lançou o LP Passo Fundo, Tchê, também pela ACIT. No ano seguinte, lançou o álbum “21 Grande Sucessos” pela mesma gravadora. Em 1991, foi lançada a vez de “Aos Desgarrados do Pago, lançado pela ACIT. Em 1993, chegou ao mercado a discoteca O Analista Bem Perto de Bagé, novamente pela ACIT. Em 1994, foi lançado o CD Vivências pela ACIT. Três anos depois, venceu o Festival Ronco dos Roncos, em São Francisco de Paula.

Em 1997, o CD “Exageros de Gaúcho” foi lançado pela USA Discos. No ano seguinte, retornou à ACIT com o álbum “O Homem do Pala Branco”. Em 1999, recebeu o troféu Guri, da RBS, como destaque do ano e, ainda no mesmo ano, lançou o CD As Mais Premiadas, pela ACIT. Em 2000, a música Céu, Sol, Sul, Terra e Cor foi eleita, por meio de um enquete popular do jornal Zero Hora, como a Música Símbolo do Rio Grande do Sul, entre as principais canções do século XX. De volta à USA Discos, lançou o CD Dança do Maribondo. Em 2001, foi lançada a vez de Só Sucessos, também pela USA Discos. Em 2003, lançou Os 16 Grandes Sucessos pela ACIT.

Em 2004, o CD Pátria Azul foi lançado pela Agevê Music. Quatro anos depois, em 2008, o álbum Só Sucessos – Acústico chegou ao público, pela USA Discos. Em 2010, foi lançado o CD 35 Mega Sucessos pela Mega Tchê. Leonardo é, sem dúvida, um dos maiores compositores da história do Rio Grande do Sul, tanto pela quantidade quanto pela qualidade de suas músicas. Ao longo de 50 anos de carreira, ele levou tradição, cultura e muita alegria por toda a terra gaúcha.

Foi casado duas vezes e teve um filho: Jader Moreci Teixeira Filho. E ele partiu para a querência eterna em 7 de março de 2010, de Viamão, devido às consequências decorrentes de um sério problema renal que ele tinha. Hoje, 7 de março de 2025, completam-se 15 anos de sua morte, deixando um legado imortal na música e na cultura do nosso Rio Grande do Sul.
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