Após dois dias de julgamento no Fórum de Passo Fundo, Luciano Costa dos Santos, conhecido como Costinha, foi condenado pelo júri popular por participação na chacina da Cohab. Ele foi considerado culpado pelas mortes de Diênifer Padia, 26 anos, Alessandro dos Santos, 35 anos, e Kétlyn Padia dos Santos, 15 anos, assassinados em maio de 2020. A sentença foi lida nesta sexta-feira (12), após debates intensos entre acusação e defesa.
Luciano recebeu 22 anos de prisão pela morte de Diênifer, 19 anos pela morte de Kétlyn e 16 anos pela morte de Alessandro, somando um total de 57 anos de reclusão.
O novo julgamento foi necessário porque, em agosto de 2024, Luciano havia sido condenado a 44 anos de prisão pelas mortes de Alessandro e Kétlyn, mas absolvido em relação à morte de Diênifer, considerada o alvo central dos mandantes. A decisão, porém, foi anulada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que apontou contradições na votação dos jurados.
Desde o primeiro julgamento, o processo ganhou novos elementos. Em 2024, foram presos os irmãos Fernanda e Claudiomir Rizzotto, que estavam foragidos havia quatro anos e são apontados como mandantes do crime, junto com o empresário Eleandro Roso, já condenado a mais de 60 anos de prisão em julgamento anterior. Conversas e documentos trazidos pelas novas prisões foram utilizados nesta fase do processo.
A acusação sustentou que Luciano teve participação direta no planejamento e na execução do crime, ajudando a viabilizar o assassinato de Diênifer. Alessandro e Kétlyn teriam sido mortos para que não restassem testemunhas. Já a defesa alegou que sua atuação se restringiu a uma investigação paralela sobre a vida da jovem, sem ligação com as mortes.
O crime ocorreu na noite de 19 de maio de 2020, quando criminosos entraram na residência da família, no bairro Cohab I, sob o pretexto de comprar móveis anunciados na internet. As vítimas foram rendidas e mortas por estrangulamento com lacres plásticos. Outras três crianças estavam na casa, presenciaram a cena, mas escaparam sem ferimentos.
As investigações apontaram como motivação o relacionamento extraconjugal entre Diênifer e o empresário Eleandro Roso, que resultou no nascimento de uma criança. O conflito com a esposa dele, Fernanda, teria levado à decisão de eliminar a jovem.
Com a decisão do júri, Luciano Costa dos Santos foi condenado a 57 anos de prisão no caso que ficou conhecido como a chacina da Cohab, um dos crimes de maior repercussão da história recente de Passo Fundo.
Reportagem: Redação
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