O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (28) que o país viveu “a maior resposta do Estado brasileiro ao crime organizado” com a deflagração de operações policiais que investigam a atuação de grupos criminosos na cadeia produtiva de combustíveis, usados para lavagem de dinheiro de facções do narcotráfico.
As ações envolveram a Polícia Federal, Receita Federal e Ministérios Públicos estaduais, atuando em 10 estados. Lula ressaltou o trabalho integrado, iniciado com o Núcleo de Combate ao Crime Organizado no Ministério da Justiça, que permitiu acompanhar toda a cadeia e atingir o núcleo financeiro das práticas ilícitas.
Entre as operações, a Operação Quasar cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo, incluindo a capital, Campinas e Ribeirão Preto, além de sequestro de fundos de investimento e bloqueio de bens até R$ 1,2 bilhão. No Paraná, a Operação Tank investiga a maior rede de lavagem de dinheiro já identificada no estado, que atuaria desde 2019, movimentando R$ 23 bilhões por meio de empresas, distribuidoras, postos de combustíveis e instituições de pagamento. Foram bloqueados bens de 41 pessoas físicas e 255 jurídicas, totalizando mais de R$ 1 bilhão.
As investigações apontam uso de depósitos fracionados, laranjas, transações cruzadas, fraudes contábeis e simulação de aquisição de bens. Também foram identificadas adulterações de combustíveis em ao menos 46 postos em Curitiba, incluindo a prática conhecida como “bomba baixa”. Até o momento, foram cumpridos 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.