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Mãe, bebê e amigo são mortos por líder religioso em Esteio, diz polícia; corpos estavam em cova Corpos da jovem mãe, do filho recém-nascido e de amigo adolescente foram encontrados na terça-feira (22); líder religioso confessou o crime

Foto: Reprodução redes sociais

A recusa de um líder religioso em reconhecer a paternidade de um bebê de dois meses pode ter sido a motivação para um crime brutal em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A Polícia Civil do Rio Grande do Sul encontrou na terça-feira (22) os corpos da criança, da mãe, uma jovem de 18 anos e de um amigo dela, de apenas 17 anos, em um buraco às margens de um rio, cobertos por galhos e madeira.

O principal suspeito, um homem que exercia papel de liderança em um grupo religioso, confessou o triplo homicídio após ser confrontado com provas colhidas durante a investigação. Ele não teve a identidade divulgada. Segundo a polícia, o crime foi premeditado, e dois adolescentes foram apreendidos por suspeita de envolvimento na ocultação dos corpos.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, o bebê seria fruto de um relacionamento entre o líder religioso e a jovem assassinada. O homem, no entanto, não aceitava a criança e teria pressionado a mãe a esconder a paternidade. A resistência da jovem em atender à exigência teria motivado o crime.

Após o desaparecimento das vítimas, uma tia da jovem registrou o caso na delegacia. Durante as diligências, os investigadores encontraram contradições no depoimento do suspeito. Quando confrontado com imagens, mensagens e testemunhos, ele acabou confessando os assassinatos, impressionando até mesmo os policiais com a frieza do relato.

A Polícia Civil trabalha agora para identificar o papel exato de cada envolvido no crime e não descarta a participação de outros membros da organização religiosa. Celulares foram apreendidos e estão sendo analisados, enquanto a perícia tenta estabelecer a linha do tempo exata das mortes. Os corpos passaram por necropsia no Instituto Médico Legal (IML) de Porto Alegre.

O caso provocou forte comoção em Esteio. Moradores realizaram vigílias em memória das vítimas e pedem justiça. A tragédia reacende o debate sobre feminicídio, violência infantil e o uso da autoridade religiosa para oprimir e silenciar vítimas.

Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou 1.463 feminicídios em 2023 — o maior número da série histórica. Especialistas em direitos humanos destacam que situações de rejeição, abuso psicológico e manipulação por líderes religiosos ou familiares precisam ser levadas a sério desde os primeiros sinais.

O líder religioso foi encaminhado ao sistema prisional e deve responder por três homicídios triplamente qualificados, ocultação de cadáver e possível aliciamento de menores para a execução do crime. A Polícia Civil segue investigando o caso e deve divulgar novas informações nos próximos dias.

Informação: G1

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