Grupo Planalto de comunicação

Maria, ensina-nos a rezar

Pe. Ari Antonio dos Reis

Celebramos nesse dia 12 de outubro a Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil e da Arquidiocese de Passo Fundo. É possível interpretar as aparições de Nossa Senhora, que são variadas e que deram de modos diversos como um caminho que a mãe de Jesus encontrou para manter o diálogo e a proximidade com os seus filhos e filhas. As aparições são visitas que a mãe faz e estas assumem um caráter transformador na vida das pessoas visitadas.

Os estudos dos milagres acontecidos após o encontro da imagem no Rio Paraíba, uma forma especial que ela encontrou para visitar aqueles pescadores pobres, atestam este aspecto transformador. E assim, ao longo da história, foram acontecendo as boas transformações na vida do povo, capazes de renovar a esperança e o alento em momentos de grande dificuldade. É como se Maria dissesse: “estou contigo; isto é só um pequeno sinal; acolha com fé; não desista”. E o povo acolheu com alegria e esperança renovada. Continua caminhando, enfrentando as batalhas, porque sabe que Maria, a mãe Aparecida está próxima o protegendo.

O tema proposto para este ano é “Maria ensina-nos a rezar”. O tema está em comunhão com a caminhada preparatória para o ano jubilar do próximo ano (2025), Peregrinos da Esperança. A oração é o motor da esperança. Durante este ano é proposta uma reflexão profunda sobre a dimensão orante na vida do cristão. É Maria, a mãe e discípula de Jesus é um modelo de oração. Veremos a seguir três situações da vida de Maria que nos inspiram na vida de oração fundamentadas na Sagrada Escritura, a fonte primeira para conhecermos a vida da jovem de Nazaré.

A mãe que está presente. A presença da mãe no ministério de Jesus foi muito significativa. A passagem das bodas de Canaã é um exemplo eloquente deste caminho. Assinala a sensibilidade, a iniciativa e a proposição de mãe que soube o que fazer e o que dizer em um momento tenso: “fazei tudo o que ele voz disser” (Jo 2,5). Esteve presente em um momento de grande dor aos pés da cruz quando recebeu do Filho agonizante a maternidade da humanidade. A mãe que entregou o Filho soube receber a maternidade da humanidade (Jo 19,25-27). Ela se fez presente desde então na trajetória da humanidade. Por fim ela se fez presente junto ao discipulado quando pós ressurreição decidiam o que fazer sem a presença física do Mestre. O grupo estava reunido em casa como de costume e Maria estava ali com eles (At 1,14). Maria está presente na nossa vida, na missão da Igreja, como esteve com o Filho e seus seguidores. Basta invocarmos esta presença. Rezamos com ela e ela reza conosco. E forma de ensinar-nos rezar.

A mãe reza com palavras e estas brotam dos lábios e de um coração agradecido. A Sagrada Escritura apresenta-nos o encontro de Maria com sua prima Isabel (Lc 1,39-56). Aquela visita foi precedida por certa tensão porque a jovem de Nazaré carregava no peito a inquietação de uma grande missão a ser assumida. Quando tem pelos lábios da prima a confirmação da escolha e que era bem-aventurada pôs-se a rezar. É a prece agradecida em seu nome e em nome do seu povo. Agradece porque Deus olhou para si e para seu povo; um olhar de justiça e misericórdia. Possamos, como Maria, abrir o nosso coração e dirigir-nos ao Pai com simplicidade e confiança. A boa oração é aquela que brota da nossa vida e da confiança que depositamos no amor do Pai como a jovem de Nazaré ensina. Os lábios expressam o que está no coração.

A mãe que reza em silêncio. Desde o nascimento do Filho Maria foi acolhendo o caminho especial que Pai traçava para Ele. A expressão dizia: sua mãe guardava todas estas coisas em seu coração (Lc 2,19; 2,51). Também não se ouvia mais outra palavra de Maria durante a vida e ministério de Jesus desde a peregrinação da Galileia a Jerusalém. Ela acompanhava o filho em silêncio. O silêncio não é ausência. E Maria ensina isso. Ele pode ser cheio da presença de Deus. Não tenhamos medo do silêncio. É um caminho muito bonito de oração. Maria ensina este caminho

Maria reza a renovação da esperança. A esperança convida a olhar para o futuro sem medo. É a característica dos cristãos. A experiência de Maria desde a anunciação do anjo Gabriel atesta que foi uma mulher de muita esperança. Quando rezamos confiamos ao Pai a nossa vida, a vida de quem amamos e da nossa comunidade. É um ato de esperança. Como tal não se funda nos poderes humanos, mas na força do alto. A mãe de Jesus provoca-nos a fazer esta entrega. Convida-nos a cada ato orante renovar a esperança. No Magnificat ela mesmo fez esta prática.

Façamos como ela sugere.

Pe. Ari Antonio dos Reis

 

 

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