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Militares das Forças Especiais do Exército são presos sob suspeita de planejar assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes e teve mandados cumpridos no Rio de Janeiro e em Goiânia

Quatro militares das Forças Especiais do Exército Brasileiro foram presos, acusados de integrar um grupo que planejava executar um atentado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).  As investigações conduzidas pela Polícia Federal indicam que o plano, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, seria executado em 15 de dezembro de 2022, antes da posse presidencial. Além das execuções, o grupo também teria elaborado estratégias para prender e matar um ministro do STF, caso houvesse sucesso em uma tentativa de golpe de Estado.

Entre os presos estão o general de brigada da reserva Mário Fernandes, o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, e os majores Rodrigo Bezerra Azevedo e Rafael Martins de Oliveira. Um agente da Polícia Federal, Wladimir Matos Soares, também foi detido.

Quem são os “kids pretos”?

O termo “kids pretos” é um apelido informal dado aos militares das Forças Especiais do Exército, conhecido por seu treinamento em operações de alto risco e sigilo. A denominação surgiu devido ao gorro preto utilizado durante as missões. Essas tropas foram criadas em 1957 e atualmente contam com aproximadamente 2,5 mil integrantes, entre militares da ativa e da reserva.

A formação dos “kids pretos” ocorre em centros de instrução especializados, como o Comando de Operações Especiais em Goiânia e a 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus. Esses profissionais são treinados para atuar em situações que incluem guerrilha, terrorismo, sabotagem e operações de inteligência, com foco em estratégias de guerra irregular.

A relação com os atos de 8 de janeiro

Imagens capturadas durante os ataques em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, revelam ações suspeitas atribuídas a integrantes das Forças Especiais. Segundo depoimentos registrados pela Polícia Federal, homens mascarados, com balaclavas e luvas, teriam facilitado a invasão do Congresso Nacional, retirando grades e orientando invasores. Esses relatos reforçam as suspeitas de envolvimento de militares treinados em ações estratégicas.

Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, ao menos 26 “kids pretos” ocuparam cargos públicos, incluindo o tenente-coronel Mauro Cid e o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes. O histórico desses militares levanta questionamentos sobre o possível uso de suas habilidades em atividades ilegais. O Exército Brasileiro confirmou a prisão dos militares e afirmou que está colaborando com as investigações, prestando suporte às famílias dos envolvidos. Em nota, a corporação ressaltou que as Forças Especiais só podem ser acionadas por ordem do Comando do Exército, respeitando a legislação vigente e as regras de engajamento.

As investigações continuam, com expectativa de novos desdobramentos sobre a atuação dos “kids pretos” em episódios recentes da história política brasileira.

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