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Mortes de pinguins e lobos-marinhos voltam a aparecer no litoral do Sul e Sudeste Pesquisadores apontam que fenômeno é natural e ligado ao ciclo migratório das espécies

Foto: Brenda Fernández

Nos últimos meses, moradores de diferentes praias do Sul e do Sudeste têm se deparado com pinguins e lobos-marinhos mortos na areia. Somente entre Santa Catarina e o Rio de Janeiro, foram contabilizados mais de 3 mil pinguins em 2025, segundo levantamento do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos. No Rio Grande do Sul, os registros também se repetem: em Cidreira, sete animais foram encontrados sem vida no último fim de semana.

Para o biólogo Maurício Tavares, pesquisador do Ceclimar/UFRGS, o cenário não representa novidade. Ele explica que, entre o outono e o inverno, já é esperado o aumento desses casos, pois coincide com o período migratório dos pinguins-de-magalhães e também dos lobos-marinhos. “Todos os anos observamos esse movimento. O número varia, mas milhares de pinguins acabam morrendo nesse processo, principalmente os mais jovens”, comenta.

Um monitoramento feito em cerca de 130 quilômetros de praias gaúchas, entre Torres e Palmares do Sul, apontou quase 400 animais mortos apenas entre agosto e setembro. A maioria eram pinguins, seguidos pelos lobos-marinhos.

Segundo Tavares, a principal causa é natural: viroses e a chamada “seleção natural”, quando animais menos resistentes não sobrevivem ao deslocamento. Ele destaca que a ideia de que os pinguins “se perdem” da rota está errada. “Esse é um comportamento da espécie há centenas de anos. Eles não estão desorientados, e sim cumprindo o ciclo migratório”, explica.

Os pinguins-de-magalhães saem de colônias localizadas na Argentina e no Chile e percorrem a costa brasileira durante o inverno, retornando ao sul da América do Sul na primavera, época de reprodução. Fatores climáticos, como o El Niño, podem influenciar no número de carcaças que chegam à beira-mar.

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