A Polícia Civil indiciou por homicídio culposo — quando não há intenção de matar — o motorista que atropelou e matou a jovem argentina Viviana Beatriz Villalba, de 22 anos, na madrugada de 8 de junho, na ERS-344, em Giruá, no Noroeste do Rio Grande do Sul. A vítima teve o corpo arrastado por cerca de 03 km, preso ao veículo, até que o motorista percebesse a presença dela. Imagens de câmeras de segurança flagraram o carro circulando com o corpo sobre o capô.
Segundo a delegada Elaine Maria da Silva, responsável pelo inquérito, a investigação apontou que o motorista não agiu com dolo, mas foi negligente ou imprudente, especialmente por não ter prestado socorro à vítima após o impacto. Marcas de frenagem encontradas na rodovia indicam que ele pode ter tentado evitar o atropelamento, mas não conseguiu.
O laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) confirmou que a causa da morte foi politraumatismo provocado por instrumento contundente. As imagens analisadas pela polícia mostram o veículo passando três vezes pela mesma rua entre 3h48 e 3h52, já com o corpo da jovem visível.
O motorista afirmou à polícia que acreditou ter atingido um animal e só percebeu que era uma pessoa quando o passageiro notou uma perna presa ao carro, já nas proximidades de sua residência. Ainda de acordo com o depoimento, Viviana permaneceu sobre o carro durante todo o trajeto de três quilômetros.
O caso agora está nas mãos do Ministério Público, que irá avaliar o inquérito policial para decidir se apresenta denúncia contra o motorista. Caso a denúncia seja aceita pela Justiça, ele passará a responder a um processo criminal.
Viviana era natural de Dos de Mayo, na província de Misiones, Argentina, e completava 22 anos no dia do atropelamento. Familiares vieram do país vizinho para reconhecer o corpo. Segundo conhecidos, ela estava morando há cerca de duas semanas na região e trabalhava em uma casa noturna. Um amigo relatou que, na noite do acidente, a jovem saiu com um celular, uma caixinha de música e a chave da residência.
Reportagem: Redação
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