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Movimento “Securitização Já” segue no Estado e completa 36 dias em Tio Hugo Produtores rurais pedem soluções urgentes para o endividamento no campo

O movimento “Securitização Já”, liderado por produtores rurais que pedem soluções urgentes para o endividamento no campo, segue mobilizando municípios em todo o Rio Grande do Sul. Em Tio Hugo, os manifestantes completam nesta quarta-feira (18) 36 dias de protestos e panfletagens à beira da rodovia. A pressão é para que o Congresso Nacional aprove o Projeto de Lei 5122/2023, apensado ao PL 341/2025, que trata da securitização das dívidas rurais.

Durante entrevista à Rádio Planalto News, a produtora Luciane Lima, integrante do movimento em Tio Hugo, destacou a participação na reunião da FAMURS (Federação das Associações de Municípios do RS), realizada no último dia 16. “Foi um encontro importante, com prefeitos, vereadores e agricultores. Conseguimos deixar claro que essa é uma pauta urgente. De lá, saiu um documento assinado por todas as instituições presentes”, relatou.

Luciane também esteve no protesto realizado em Pelotas, onde os produtores rurais enfrentaram tentativa de impedimento por parte da concessionária Ecosul, responsável pela rodovia. Mesmo com a presença da Polícia Rodoviária Federal, que posteriormente apresentou uma liminar judicial, os agricultores realizaram o ato de forma pacífica. “A Polícia Federal acompanhou tudo de perto. Os movimentos de Casca e Vila Maria também se uniram lá em Pelotas”, contou Luciane. Um novo ato está marcado para esta quarta-feira na cidade da Zona Sul.

A agricultora lembrou ainda o relato de um produtor atingido pelas enchentes em Pelotas, que perdeu toda a produção após a água subir mais de um metro sobre sua lavoura. “O drama no campo é real. Estamos no limite. Não estamos negando as dívidas, só queremos prazo e condições justas. A agricultura depende da política e da boa vontade dos nossos representantes”, reforçou.

A mobilização ganhou novo fôlego após o deputado federal Afonso Hamm (Progressistas-RS) ser nomeado relator do PL da Securitização na Câmara dos Deputados. O projeto original, de autoria do senador Luís Carlos Heinze, é apontado como essencial para reestruturar as dívidas dos agricultores, que enfrentam três anos seguidos de frustração de safra, culminando com a tragédia climática de 2024.

Segundo os líderes do movimento, enquanto o projeto não for aprovado, os atos devem continuar. Em Tio Hugo, os manifestantes garantem que não pretendem sair da estrada. Também está sendo organizada uma marcha de prefeitos à Brasília, prevista para o próximo mês.

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