Qual o verdadeiro significado do Natal? Reunir a família, trocar presentes, banquetes fartos e decorações coloridas são costumes que somam-se à celebração do nascimento de Cristo. A festividade que conhecemos hoje é resultado de tradições milenares que surgiram com o passar dos séculos. Apesar de ser uma das datas mais sagradas para os cristãos, a origem da comemoração nessa época do ano, entretanto, remonta a antes mesmo do nascimento de Jesus, quando vários povos festejavam a passagem das estações e as colheitas.
Conforme explica a professora do curso de História da Universidade de Passo Fundo (UPF) Gizele Zanotto, o que hoje conhecemos como Natal deriva de festas realizadas por povos da Antiguidade, como romanos, persas, gregos, egípcios e hebreus, que celebravam o solstício de inverno — a noite mais longa do ano no hemisfério norte. “Esse momento marcava o início de um novo ciclo, associado à ideia de renovação, rejuvenescimento e esperança, elementos que permanecem simbolicamente ligados ao Natal até os dias atuais”, explica.
O primeiro Natal
O Natal cristão, comemorado como a data de nascimento de Jesus Cristo, foi estabelecido apenas no séc. IV, em 25 de dezembro de 336 d.C., quando o papa Júlio I iniciou uma tentativa de cristianizar as festas pagãs que já aconteciam nessa época.
O Natal cristão, comemorado como a data de nascimento de Jesus Cristo, foi estabelecido apenas no séc. IV, em 25 de dezembro de 336 d.C., quando o papa Júlio I iniciou uma tentativa de cristianizar as festas pagãs que já aconteciam nessa época.
Em meados do séc. VI, 25 de dezembro já havia se consolidado como feriado, assim como o Dia de Reis, que acontecia 12 dias após o Natal para celebrar a data em que os reis magos teriam chegado até Jesus, marcando o fim das festividades natalinas. Em muitos países, o Dia de Reis, comemorado em 6 de janeiro, segue sendo feriado.
O Natal também tem origens no Hanuká, a festa das luzes judaica, em festivais celtas e gregos antigos e no folclore europeu. Na Roma Antiga, 17 de dezembro era dia da Saturnália, dedicada ao deus Saturno. Nessa data, as regras do cotidiano se invertiam: homens vestiam-se de mulheres, patrões serviam seus empregados e a cidade era tomada por procissões, velas acesas e distribuição de presentes.
O Bom Velhinho sempre vem…
A origem do Papai Noel remonta à vida de São Nicolau, um bispo da cidade de Mirra, na atual Turquia, que viveu no séc. III e ficou conhecido por auxiliar os necessitados com presentes e dádivas. A representação visual do Papai Noel, no entanto, é mais recente. A figura do senhor velhinho, de longas barbas brancas e faces rosadas surgiu no séc. XIX, pelos traços do cartunista americano Thomas Nast.
A origem do Papai Noel remonta à vida de São Nicolau, um bispo da cidade de Mirra, na atual Turquia, que viveu no séc. III e ficou conhecido por auxiliar os necessitados com presentes e dádivas. A representação visual do Papai Noel, no entanto, é mais recente. A figura do senhor velhinho, de longas barbas brancas e faces rosadas surgiu no séc. XIX, pelos traços do cartunista americano Thomas Nast.
Entretanto, Zanotto explica que, no início, as vestes do Papai Noel não tinham uma cor específica. O vermelho amplamente associado à figura na atualidade veio de uma campanha publicitária da Coca-Cola, que atribuiu as cores da marca ao personagem na década de 1920.
Segundo a docente, foi justamente a partir do avanço da publicidade e do marketing que o Natal passou a assumir um forte apelo ao consumo. “O ato de presentear, que antes simbolizava afeto e partilha, acabou se transformando em um elemento central das comemorações, muitas vezes afastando o foco do significado original da data”, observa.
Ainda assim, a professora ressalta que o Natal segue sendo um momento de confraternização e reflexão. “Para os cristãos, representa o nascimento de Cristo. Para outras culturas e pessoas que adotaram a data, é uma oportunidade de reunir família e amigos, celebrar a vida e reforçar laços sociais”, conclui.











