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Nico Fagundes: a voz da tradição gaúcha Poeta, apresentador e referência cultural, Nico marcou gerações com sua poesia, sabedoria e amor pelo Rio Grande do Sul

Reprodução: Casa do Alegrete

Antonio Augusto da Silva Fagundes, mais conhecido como Nico Fagundes, nasceu em Alegrete em 1934 e construiu uma trajetória que o tornaria um dos maiores ícones da cultura gaúcha. Poeta, compositor, advogado, ator e apresentador, levou a música e os costumes do Rio Grande do Sul para milhares de lares.

Graduado em Direito e mestre em Antropologia Social pela UFRGS, Nico foi um estudioso incansável das tradições gaúchas. Aprofundou-se em temas como folclore, religiões afro-gaúchas, indumentária típica e danças regionais. Sua biblioteca pessoal e seu conhecimento fizeram dele uma autoridade respeitada também no Uruguai e na Argentina.

Autor dos versos de Canto Alegretense, considerada por muitos como o verdadeiro hino do Rio Grande, Nico esteve presente nas rodas de poesia dos CTG’s desde os anos 1950. Fundador do Grupo de Danças Folclóricas com sua esposa Marlene Nahas, viajou o mundo difundindo a cultura do sul do Brasil.

Foi também um incentivador de grandes nomes da poesia, como Jayme Caetano Braun, Aparício Silva Rillo e José Hilário Retamozo, além de deixar sua marca em centenas de composições e em obras literárias como Com a Lua na Garupa.

Na década de 1990, fundou a Confraria dos Cavaleiros da Paz, promovendo cavalgadas históricas por rotas que remontavam aos tempos das guerras do Sul. Seu brado “De a cavalo, indiada!” tornou-se símbolo de resistência e identidade.

Mesmo enfrentando sérios problemas de saúde a partir de 2000, como um AVC e infecções generalizadas, Nico manteve sua presença na vida cultural até seus últimos anos. Faleceu em Porto Alegre, em 2015, aos 80 anos, por problemas respiratórios.

Em 2025, completam-se 10 anos da morte de Nico Fagundes. Uma década depois, sua voz ainda ecoa nos versos cantados pelos gaúchos, nas cavalgadas que cruzam o pampa e na memória viva daqueles que valorizam a tradição. Seu legado segue presente não apenas nos livros, discos e programas de TV, mas também no coração de um povo que reconhece em Nico a alma do Rio Grande do Sul.

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