Depois de quase duas horas de reunião, terminou sem acordo a nona rodada de negociações entre o executivo municipal, o Sindicato dos Servidores Municipais de Passo Fundo (Simpasso) e o Centro Municipal dos Professores. A reunião foi realizada na tarde de terça-feira, no gabinete do prefeito Luciano Azevedo (PPS) e o ponto de partida foi a pauta de reivindicações encaminhada ainda na parte da manhã pelo presidente do Simpasso, Marcelo Domingues Ebling, ao executivo. O procurador do município, dr. Adolfo Freitas, fez questão de frisar que o município reconhece a greve como legítima e legal. “A greve s´o deixa de ser legal quando houver uma declaração judicial de ilegalidade”, disse.
Adolfo falou ainda que houve a avaliação de todas as 20 propostas encaminhadas e que três dos assuntos são passíveis de negociação de forma imediata: “são eles: estatuto dos servidores municipais, piso salarial dos agentes e o plano municipal de educação. O estatuto do magistério e o plano de carreira dos professores também podemos negociar”, frisou. O professor Eduardo Albuquerque, dirigente do CMP, colocou em pauta o assunto da isonomia salarial dos professores graduados, frente a ocupantes de outros cargos, também graduados, na administração municipal. “Essa é uma questão que temos que colocar porque é uma das nossas metas para 2016. Professor graduado tem que ter o mesmo pagamento de uma pessoa que seja graduada e que trabalhe em outro setor da administração municipal”, disse.
Sobre os 7,7% oferecidos, Marcelo Ebling disse que a proposta não satisfaz e que os servidores vão continuar pleiteando os 10%. “Essa proposta não nos satisfaz e por isso nem vamos colocar a proposta da prefeitura em assembleia para votação. Outra coisa: como temos um prazo para a assembleia, é impossível que aconteça em uma sexta-feira santa. Esperávamos muito mais por parte do executivo municipal. Estamos discutindo essa pauta desde 2013 com o governo Luciano Azevedo”. O prefeito voltou a dizer que o problema para um reajuste de 10% é a Lei de Responsabilidade Fiscal, que o impede de tomar a decisão de aumentar os salários acima do maior dos índices inflacionários do país, que hoje é de 7,7%.
Sem acordo, os servidores municipais decidiram pela manutenção da greve. Ao término da reunião, Marcelo Ebling foi até a frente da prefeitura para fazer o comunicado de que não houve acordo aos demais servidores. Eles devem permanecer em greve por tempo indeterminado.