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O sim de Maria e o sim da humanidade ao Senhor que vem!

Pe. Ari Antonio dos Reis

Em nossa peregrinação do Advento teremos, neste segundo domingo, como companheira de viagem Maria, a mãe de Jesus, celebrada neste domingo como Nossa Senhora da Conceição ou Imaculada Conceição. A Solenidade é celebrada em vista da proclamação do dogma da Imaculada Conceição, pelo Papa Pio IX no dia 8 de dezembro de 1854, através da Bula Ineffabilis Deus. A referência bíblica de Lucas 1,26-38. A proclamação do dogma mariano se sustenta na perspectiva da preservação da mancha do pecado original da mulher que deu ao mundo o Salvador. Então Maria se fez plena de Graça e, nessa condição, gerou Jesus.

É possível avançar em outra dimensão do testemunho mariano segundo o texto acima referido que versa sobre o diálogo entre o anjo Gabriel e Maria, a “Anunciação de Nossa Senhora”. Como horizonte havia o desejo divino da salvação da humanidade através da encarnação do verbo, posteriormente descrito no Evangelho de João (Jo 1,14). Deus encontrou o caminho da humanidade para se fazer humano e conduzir o ser humano à salvação. Deus buscou a colaboração humana para concluir a sua obra. A jovem de Nazaré deu, ao seu modo, esta colaboração. Ela iniciou com o “sim”.

Maria estava com a sua vida planejada como toda a jovem do seu tempo. Havia um pretendente, o bom e justo José e havia uma proposta, o casamento. Na perspectiva humana tudo estava organizado. Era o caminho humano pensado por Maria e José, constituição da família do carpinteiro e da jovem nazarena. Deus, que tinha um plano para a humanidade, voltou seu olhar para aquela jovem e a fez mãe pela ação do Espírito. Ele transformou a vida de Maria e José.

Coube ao anjo Gabriel, o mensageiro, procurar Maria e explicar-lhe a proposta de uma forma que ela pudesse compreender.  Aconteceu o diálogo que começou com a saudação do anjo já delineando o contexto e a condição de Maria: o anjo foi enviado a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem prometida em casamento a um homem chamado José e o seu nome era Maria.  O anjo saúda Maria no seu papel especial diante de Deus: alegra-te cheia de graça. O Senhor está contigo!  Certamente Maria, pega de surpresa entranhou aquela saudação e estranhou ainda mais a proposta feita: encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a  quem porás o nome de Jesus. Este filho tinha uma grande missão: ele reinará para sempre sobre os descendentes de Davi e o seu reino não terá fim.

Maria procurou entender o alcance da proposta, humanamente no mínimo estranha, ao que o anjo explicitou: o Espírito virá sobre ti, e o poder do altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. O anjo Gabriel arremata a explicação com um fato talvez desconhecido para Maria, que assegura o poder de Deus, que o havia enviado: também Isabel, tua parenta concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, porque para Deus nada é impossível.

Esclarecida minimamente nas suas dúvidas, com algumas luzes Maria colocou-se à disposição para colaborar na obra de Deus: eis aqui a serva do Senhor: faça em mim segundo a tua palavra.

Maria compreendeu que a proposta divina era maior e mais importante que a sua. Fez-se a colaboradora desta proposta dando o seu consentimento, fato que mudou a sua vida. Foi um ato de fé na proposta e o ato de fé se traduziu no serviço.

É importante salientar que no diálogo do anjo Gabriel com Maria de Nazaré deu-se o encontro, a interação da iniciativa divina com a colaboração humana. Deus tinha como projeto, assumir a história da humanidade para fazê-la uma história da salvação. Ele quis salvar todos os homens e mulheres como escrevemos acima. Para dar conta da obra de amor buscou contar com a ajuda humana. Encontrou esta ajuda na jovem de Nazaré.

No diálogo do Anjo Gabriel com Maria era Deus dialogando com Maria em vista de um grande projeto, uma grande missão. E Maria quis saber as condições dessa missão, assim como qualquer ser humano também gostaria de saber. Fez as perguntas necessárias para sanar as dúvidas que tinha. Assim, ela foi aos poucos penetrando no mistério da proposta. Certamente não teve todas as respostas. As outras respostas foi obtendo ao longo do caminho. Dificilmente teremos todas as respostas diante de projetos que assumimos. Começamos com algumas respostas e outras incertezas. Caso queiramos ter todas as respostas dificilmente começaremos algo. Assim foi com Maria. Mas o sim dado foi convicto. Mais tarde, acompanhando o Filho no caminho missionário surgiram outras perguntas as quais precisou silêncio, paciência, tempo e oração para responder. Eram as “coisas de Deus” as quais precisava acolher e compreender.

Neste segundo domingo do Advento, Solenidade da Imaculada Conceição, teremos Maria nos acompanhando em nossa peregrinação ao encontro do Senhor que vem. Ela nos acompanhará nos inspirando a darmos o nosso sim à proposta salvadora. Como Maria acolhamos esta proposta que é mistério de Deus.

Que o sim de Maria inspire o nosso sim ao Senhor que vem.

Pe. Ari Antonio dos Reis

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