Na manhã desta quinta-feira (4), a Polícia Civil deflagra a Operação Consortium II, nova etapa de uma investigação de grande porte conduzida pela Delegacia de São Francisco de Assis, vinculada à 21ª DPRI. A ação mira um dos maiores esquemas de comércio fraudulento de consórcios já identificados no Rio Grande do Sul, estruturado e atuante há quase uma década.
A fase operacional ocorre em Passo Fundo, onde estão sediadas diversas empresas ligadas ao grupo investigado. O esquema se expandiu para vários estados, incluindo Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Amazonas e Minas Gerais. A investigação aponta que os suspeitos aplicavam estelionatos por meio da venda de falsas cotas de consórcios contempladas e promessas de contemplação rápida, atraindo vítimas de diferentes perfis, como produtores rurais, empresários, autônomos e famílias em situação de forte vulnerabilidade econômica.
A polícia identificou que vítimas das enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul e produtores rurais afetados por longos períodos de seca também foram alvo do grupo, que explorava a fragilidade emocional e financeira dessas pessoas. Entre 2016 e 2025, foram registradas dezenas de ocorrências policiais em várias cidades e centenas de ações cíveis com relatos semelhantes, resultando em um prejuízo estimado que supera R$ 30 milhões.
A Operação Consortium II cumpre 12 prisões preventivas e 4 temporárias, além de 30 mandados de busca e apreensão em residências e empresas. A Justiça também determinou o sequestro de 40 veículos e 3 imóveis, além do bloqueio de mais de 40 contas bancárias com valores milionários. Cerca de 200 policiais civis participam da ação, utilizando cerca de 50 viaturas, com apoio de equipes da 6ª Delegacia Regional e de efetivos deslocados de várias regiões do Estado para garantir o cumprimento simultâneo das ordens judiciais.
Reportagem: Jeferson Vargas
Grupo Planalto de Comunicação
