Uma pergunta jamais respondida: qual a dívida? Essa foi a
maior incógnita durante o julgamento dos irmãos Anderson de Oliveira Pereira e
Adriano de Oliveira Pereira e seu pai, Verdolino Pereira, nessa terça-feira (17) em Passo Fundo.
Os três são acusados de matar Fabrício Henrique de Deus na
noite de março de 2017. A vítima foi morta em frente à sua residência.
O que mais chama atenção no caso é que o crime teria sido
cometido após um desentendimento sobre uma dívida de R$ 4 mil que um dos réus
supostamente teriam com a vítima. Porém, durante todo esse tempo, a polícia não
conseguiu identificar a suposta dívida.
Em que momento surgiu a dívida?
Em plenário, os réus informaram que Anderson trabalhava
entregando gás e, no dia 22/03/17, durante trabalho no Bairro Cruzeiro, teria
sido surpreendido por um Fiat Uno, onde dois indivíduos ameaçaram e agrediram
Anderson com coronhadas, mandando ele entregar R$ 4 mil. Depois desse momento,
Anderson teria ido para casa, onde ligou para o pai e contou o fato. O pai
decidiu ir até o local onde Anderson foi abordado para tirar satisfação.
O local em questão funcionava uma estofaria, e Fabrício
morava em uma residência nos fundos. Houve uma nova discussão e Verdolino teria
atirado com um revólver contra Fabrício, que foi socorrido e morreu no
hospital. Verdolino foi até a delegacia da Polícia Civil, entregou a arma e
confessou o crime.
O JULGAMENTO
No plenário, Verdolino mais uma vez confessou o fato e disse
que estava fazendo isso protegendo seu filho, com medo de que Anderson fosse
morto. “Eu não queria que tivesse esse desfecho”. O pai ainda disse que os
filhos são pessoas de bem e que ele “criou os filhos na presença de Deus”.
Após oito horas de julgamento, os sete jurados da comunidade
de Passo Fundo realizaram a votação que condenou dois dos três réus.
A juíza Rosali Terezinha Chiamenti leu o veredito final:
Verdulino foi condenado a 12 anos e 11 meses de prisão em homicídio privilegiado, com duas qualificadoras,
recurso que dificultou a defesa da vítima e a qualificadora do meio cruel;
Anderson condenado a 17 anos e seis meses por homicídio qualificado pelo recurso
que dificultou a defesa da vítima e pelo meio cruel.
Já o réu Adriano foi absolvido.
Em entrevista à Planalto News, o advogado da defesa, José Paulo Schneider, disse que irá recorrer:
“Foram horas e horas de trabalho, de bons e acalorados debates e o conselho de sentença acabou por acolher parcialmente as teses da defesa, absolvendo um dos acusados, afastando qualificadoras, reconhecendo o privilégio na conduta de outro deles. Quanto a eventuais recursos, sim, a defesa irá recorrer, porque entende existir questões que merecem uma reavaliação pelo Tribunal de Justiça do estado do Rio Grande do Sul.”
Já o promotor Antônio keppes, em nota informou que nos próximos dias vai analisar o caso, mas que também entrará com recurso para condenar o réu que foi absolvido:
Penso que os jurados tem soberania e conforme exposição da prova da acusação e defesa decidem conforme livre convicção! Considerando que nem tudo o que foi sustentado pelo Ministério Público foi acatado pelos jurados, o caminho natural e legal será ingressar c o recurso da decisão! Porém, nos próximos dias será analisada tal hipótese!
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