O Papa Francisco afirmou nessa quarta-feira (24), durante inauguração do Hospital São Francisco, na Tijuca, Zona Norte do Rio, que deixar livre o uso das drogas não vai “reduzir a difusão e a influência da dependência química”.
A visita ao centro para tratamento de dependentes na capital fluminense foi a segunda agenda de Francisco no dia. Pela manhã, ele esteve em Aparecida e celebrou missa no Santuário Nacional.
De volta ao Rio, encontrou mais de mil convidados que aguardavam, debaixo de chuva e frio, a cerimônia de inauguração do centro médico. Francisco foi recepcionado por ex-dependentes e discursou pedindo apoio para aqueles que caíram na “escuridão da dependência”.
“É necessário enfrentar os problemas que estão na raiz no uso das drogas, promovendo uma maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida comum, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança para o futuro”, afirmou.
O Pontífice começou seu pronunciamento afirmando que o hospital que visitava era um “particular santuário do sofrimento humano”. Ele citou São Francisco como modelo de conduta: ele deixou bens materiais para optar pelos pobres. Para o Papa, lembrando que os católicos precisam também abraçar os sofredores. “Precisamos todos aprender a abraçar quem passa necessidades, como fez São Francisco.”
Entretanto, Papa advertiu que este não é o valor que prevalece na sociedade e relacionou o tráfico com o mercado “da morte”. “Frequentemente, porém, nas nossas sociedades, o que prevalece é o egoísmo. São tantos os mercadores de morte que seguem a lógica do poder e do dinheiro a todo custo. A chaga do tráfico de drogas, que favorece a violência e que semeia dor e a morte, exige da inteira sociedade um ato de coragem”, disse.
Em uma mensagem direta aos dependentes que ainda não conseguiram buscar tratamento, disse que é preciso que eles sejam protagonistas da sua vida. “Ninguém pode fazer a sua vida no seu lugar. (…) Não deixem que vos roubem a esperança. Mas digo também, não roubemos a esperança. Pelo contrário, nos tornemos portadores de esperança.”
Na solenidade, o estudante Francisco entregou uma imagem de São Francisco feita por um ex-dependente que se tratou no hospital. O prédio desativado, de 1947, vai comportar 80 leitos, mas só deve ser aberto em agosto.











