Há 17 anos, ela desvela e congrega talentos, atraindo e comovendo milhares de pessoas ao representar, por meio das diferentes manifestações artísticas, uma narrativa capaz de inspirar fé e esperança. Afinal, seja ao ressoar em suas arquibancadas as vozes da Anunciação ou ao dramatizar em seu palco o nascimento Deus menino, a Cantata Natalina sensibiliza, enleva e movimenta as cidades onde a Educação Notre Dame se faz presente.
Para que um misto de sensações e sentimentos seja despertado em quem a assiste, porém, há o preparo, a dedicação e o anseio de quem a apresenta – no caso do derradeiro espetáculo norteado pelo tema “Natal nas Janelas do Tempo: louvor, bênção e prosperidade”, cerca de 600 partícipes das comunidades escolares de Passo Fundo, além de protagonistas do frustrado show que seria realizado, na última terça-feira (05), em Carazinho.
Por isso, voltando a ter a edificação histórica do Colégio Notre Dame como cenário, o evento evangelizador propiciou que os repetidos aplausos fossem a expressão da gratidão àqueles que se doaram à concretização da sua 17ª edição. Entremeadas por memórias evocadas pela festa cristã – as quais estão guardadas no caminho da existência, no registrar da história e no celebrar de cada ano que se finda -, as palmas sucediam cada canto, encenação e coreografia que, na noite de sábado (09), se propunha a elucidar o milagre do verbo que se fez carne.
Além da aclamação, a simbiose com o público teceu lembranças e, para muitos dos artistas voluntários, reacendeu as forjadas em espetáculos pregressos. Concluinte do Ensino Médio, Mariana Gosch, por exemplo, recordou os diferentes papéis já desempenhados ao doar-se à sensibilização alheia. “Eu vivo a Cantata Natalina desde 2010, e, no decorrer desses anos, participei da dança, do coral, do teatro, das artes circenses”, elenca a estudante que, sem esconder como a alegria se confunde com a responsabilidade ao atuar como narradora na 17ª edição do evento.
Projetado, sobretudo, para tocar os sentimentos dos espectadores que se aglomeraram na Praça Notre Dame, o espetáculo contribuiu para que o público compreendesse, refletisse e validasse o passado, comprometendo-se com a vivência de um presente mais valorável e com a possibilidade de um amanhã virtuoso. Por isso, presente desde a primeira edição, o passo-fundense aposentado, Verci Rezende dos Santos, juntamente com sua esposa, manteve a tradição assistindo a Cantata Natalina 2023. “Há 17 anos que nós participamos, porque é uma coisa muito boa para as pessoas, para a cidade, para essa juventude. É o Natal, é algo que nós gostamos de comemorar sempre. Nós adoramos prestigiar”, afirmou, entusiasmado.
Quem também assegurou espaço junto à plateia, no colo da mãe Joseane Chaves, foi a pequena Sofia, irmã da estudante do 2º Ano do Ensino Médio do Colégio Notre Dame, Bianca Chaves. Para a mãe da coralista, a Cantata cria lembranças que não se apagam com o transcorrer do tempo. “Eu tenho memórias maravilhosas, afinal, minha filha Bianca participa há 11 anos. Hoje ela é do vocal, já está quase se despedindo da Educação Básica e do Colégio Notre Dame Passo Fundo, mas são memórias maravilhosas. É tanta emoção que nos traz a Cantata, a de poder reviver o Natal, então, é especial poder participar”, concluiu, sorridente.
Reconhecendo as virtudes que servem de farol às gerações, a Cantata Natalina também prestou homenagem à trajetória secular da presença Notre Dame no Brasil. Por isso, representando todas as inspiradas pela missão divina de educar com bondade e firmeza, algumas Irmãs foram convidadas a subir ao palco do show, honrando aquelas que se lançaram ao desconhecido para edificar, em solo brasileiro, a obra idealizada e concretizada por Santa Júlia Billiart.
Por fim, sendo o Natal um tempo de manter o coração desperto à fraternidade, à solidariedade, à fé e à união, assim como de perpetuar valores que levem à renovação, ao fecharem-se as janelas que tão bem simbolizam a Cantata Natalina, a figura do bom velhinho aproximou-se do público e, distribuindo balas e afetos antes que fogos de artifício sem estampido fizessem o céu cintilar, anunciou que era momento de celebrar e agradecer.
Mutirão da Esperança
Além de propiciar a reflexão acerca do verdadeiro sentido do Natal, a Cantata Natalina convidou seus espectadores à vivência dos valores que permeiam a celebração cristã. Para isso, promoveu o Mutirão da Esperança, uma iniciativa que consiste na arrecadação de brinquedos novos, os quais serão destinados às crianças dos municípios de Muçum e Roca Sales – ambos fortemente atingidos pelas enchentes que acometeram o Rio Grande do Sul. As doações, embaladas para presente e acompanhadas de carta destinada a quem as receberá, podem ser entregues, até terça-feira (12), no Colégio Notre Dame e Escola Notre Dame Menino Jesus, ambos localizados em Passo Fundo, e no Colégio Notre Dame Aparecida, de Carazinho.