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Pelo menos 1 milhão de litros de leite foram adulterados em duas indústrias gaúchas, estima MP

A estimativa do Ministério Público, que deflagrou nesta quinta-feira a 5ª etapa da Operação Leite Compen$ado, é de que pelo menos um milhão de litros de leite tenham sido adulterados pelas indústrias Pavlat e Hollmann no Rio Grande do Sul. O volume, que equivale a 10% do total processado por dia no Estado, foi detectado em 91 exames laboratoriais feitos pelo órgão. Pela primeira vez o MP comprovou a participação da indústria na fraude, já que até então o foco eram os transportadores de leite.

Após a prisão de três pessoas por adulteração do produto, o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), informou, em nota, condenar qualquer tipo de desvio de qualidade no processo de elaboração de alimentos lácteos colocados à disposição dos consumidores. A entidade ressaltou apoiar investigações de órgãos como Ministério Público e Ministério da Agricultura, na tentativa de coibir fraudes no setor.

A fim de aprimorar os sistemas de controle, a indústria leiteira, conforme o Sindilat, vem atualizando e desenvolvendo metodologias em busca de garantir a qualidade do produto, em parceria com a fiscalização. Nesse sentido, o Sindilat protocolou no Ministério da Agricultura, documento visando adequar a legislação, aprimorar a sistemática da indústria nos laboratórios de recepção de matéria-prima e, assim, elevar as garantias de qualidade do produto final.

Algumas alterações que, de acordo com a indústria, devem aprimorar os processos incluem a coleta de leite cru com contraprova; a validação dos kits rápidos para análises de resíduos de antibióticos; e possibilidade de descredenciamento de produtores e transportadores que comprovadamente cometeram fraude. Segundo o sindicato, o Rio Grande do Sul é o único estado que aderiu à Instrução Normativa (IN) 62, do governo federal, cujo objetivo é beneficiar o setor com a padronização da qualificação da matéria-prima e produto final.

Na 5ª fase da Leite Compensado, foram presos os proprietários da Pavlat, Ércio Vanor Klein; da Hollmann, Sérgio Seewald; e o responsável pela política leiteira da Hollmann, Jonatas William Krombauer. Também foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em dez cidades dos Vales do Taquari e do Sinos, em especial em Imigrante e Paverama, sede das indústrias de laticínios em questão.

Conforme as investigações, os três presos deram ordens para os subordinados corrigirem, com adição de diversos produtos, a acidez do leite cru  que estava se deteriorando. Os produtos utilizados para essa correção eram citrato, soda cáustica, bicarbonato de sódio e água oxigenada, por exemplo.

A ação ocorreu no dia em que a primeira fase da operação completou um ano. No total, 16 pessoas já foram presas (quatro já estão soltas) e 26 denunciadas por envolvimento em fraudes no leite no Rio Grande do Sul.


Fonte: Rádio Guaíba 

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