Com cinco meses de atraso, a diretoria da Petrobras deve divulgar nesta quarta-feora o seu balanço financeiro de 2014 auditado pela PricewaterhouseCoopers (PwC). Por contrato, a empresa tem até o próximo dia 30 para publicar o documento e assim evitar que os credores exijam a liquidação de dívidas por falta de balanço auditado. Os números que serão apresentados devem conter as perdas referentes aos desvios com corrupção.
A publicação do resultado ajudará a empresa a retomar a credibilidade com os investidores e pode evitar que as agências de classificação de risco Standard&Poor’s e Fitch cassem o selo de boa pagadora da estatal, como já fez a Moody’s. Com o grau de investimento, a Petrobras tem acesso a grandes grupos financiadores, que podem ajudá-la com os recursos necessários para investir nos próximos anos. Em crise por causa da perda de credibilidade, do endividamento e da queda nos preços do petróleo, a Petrobras está revisando seu plano de investimento para o período de 2015 a 2019. A perspectiva é de redução.
A publicação do balanço está atrasada devido às investigações da Operação Lava Jato sobre o esquema de corrupção que envolve a estatal. A PwC se recusou a assinar o balanço, depois que a Lava Jato revelou a escala do esquema de corrupção que envolvia o superfaturamento de projetos da empresa.
Em janeiro, após adiar a publicação do balanço duas vezes, a Petrobras divulgou um resultado não auditado para o terceiro trimestre e uma estimativa preliminar de que seus ativos estariam superestimados em R$ 88 bilhões. A conta, porém, não distinguia quanto desses recursos teria sido desviado e quanto diria respeito a problemas como o câmbio.
Para analistas, o valor alto e a forma como a estimativa foi divulgada teriam tornado insustentável a posição da então presidente da empresa, Maria das Graças Foster, que foi substituída pelo ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine.
Fonte: CP











