O secretário-chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, anunciou a oferta de mais de 6 mil hectares de terras para que a União assente os indígenas ou agricultores e amenize os conflitos por terra no interior gaúcho. O anúncio ocorre três dias depois de grupos de índios protestarem em frente ao Piratini pedindo aceleração na demarcação de terras e de agricultores reivindicarem, durante a abertura oficial da Expointer, o fim das demarcações pela Funai.
Segundo Pestana, o governador Tarso Genro já solicitou ao governo federal a presença da força tarefa e da polícia federal para auxiliar na intermediação dos conflitos. Além disso, pediu ainda que seja formada uma comissão permanente integrando Ministério Público Federal, Ministério da Justiça e Funai para acompanhar as demarcações no Rio Grande do Sul. Diferentemente da maior parte dos estados do país, no Rio Grande do Sul as terras tradicionais dos índios foram vendidas a colonos pela própria União.
Apesar de o governador Tarso Genro já ter se manifestado em favor de que os indígenas ocupem os terrenos que estão sendo ofertados, deixando as terras tradicionais para os agricultores, o secretário fala que isso ainda precisa ser definido. Segundo Pestana, isso não quer dizer que o governo esteja defendendo o interesse dos agricultores.
Durante o anúncio, o secretário da Casa Civil afirmou ainda que o governo entente como correta a postura da Brigada Militar durante confronto da última sexta-feira com os índios, em frente ao Palácio Piratini. Na oportunidade, os índios tentaram invadir o Palácio, mas foram recebidos pela brigada militar com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.
