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Polícia Civil deflagra operação no combate ao crime do golpe do “falso médico” no RS O responsável pelo esquema, de 35 anos, era um detento de Rondonópolis (MT). As vítimas eram familiares e pacientes internados no Rio Grande do Sul

Créditos: Polícia Civil/RS

Nesta terça-feira (02/12), a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, através da Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos, deflagrou a Operação “Cura Ficta”, visando desarticular uma organização criminosa interestadual especializada na prática do estelionato conhecido como golpe do “falso médico”. A operação teve apoio operacional da PCERJ, PJCMT e PCGO.

Ao todo, foram cumpridos nove mandados de prisão preventiva e 13  mandados de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso, Goiás e Rio de Janeiro. Sete pessoas foram presas, sendo celulares e equipamentos informáticos apreendidos.

 

A prática criminal

A investigação revelou uma estrutura criminosa, que explorava a vulnerabilidade emocional de familiares de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de hospitais no Rio Grande do Sul e em outros estados. Os criminosos entravam em contato telefônico com as vítimas, passando-se por médicos ou diretores clínicos, utilizando nomes fictícios e fotos retiradas da internet. Com acesso a dados privilegiados, informavam um falso agravamento no quadro de saúde do paciente (como leucemia ou infecções bacterianas graves) e exigiam pagamentos urgentes, via PIX, para exames ou medicamentos que, supostamente, não eram cobertos pelo plano de saúde.

O indivíduo, de 35 anos, responsável pelo esquema, está atualmente recolhido na Penitenciária de Rondonópolis/MT. Mesmo encarcerado, ele coordenava as chamadas e a logística do golpe. No interior da cela do apenado, já haviam sido apreendidos anteriormente cadernos com anotações de roteiros do golpe, dados bancários e números de telefone.

Uma mulher, residente em Rondonópolis/MT e companheira de um dos envolvidos, atuava como braço direito do comando prisional, operando contas bancárias, gerenciando o fluxo financeiro e utilizando tornozeleira eletrônica.

 

A lavagem de dinheiro

A Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos desvendou uma rede complexa de lavagem de dinheiro e ocultação de identidade. Além da base em Mato Grosso, a organização possuía ramificações em outros lugares. Em Guaratiba/RJ, foram identificados dois operadores responsáveis por fornecer e movimentar contas bancárias utilizadas para receber os valores extorquidos das vítimas, agindo em sincronia com os contatos telefônicos feitos de dentro do presídio. Um dos alvos, residente em Rondonópolis, possui 121 chaves PIX cadastradas em seu CPF, indicando a utilização profissional de contas para pulverizar o dinheiro ilícito.

 

Sete pessoas foram presas na operação

Além disso, foi identificado o uso de emuladores de Android em computadores para simular múltiplos aparelhos celulares, permitindo que um único criminoso gerenciasse diversas contas de whatsapp e aplicativos bancários simultaneamente, dificultando o rastreamento policial.

A investigação apontou que parte dos lucros obtidos, ilicitamente, das famílias hospitalizadas era destinada ao financiamento de uma organização criminosa com atuação no estado do Mato Grosso.

 

A Investigação

A Operação Cura Ficta (alusão à falsa cura ou tratamento prometido pelos golpistas) teve início após o registro de ocorrências em Porto Alegre e Canoas, onde vítimas relataram prejuízos que, somados, ultrapassam dezenas de milhares de reais em poucos dias.
Através das investigações, a Polícia Civil conseguiu vincular os terminais telefônicos usados nos golpes aos aparelhos celulares em posse dos investigados em Rondonópolis, Goiás e Rio de Janeiro.

Com a deflagração da operação, a Polícia Civil busca não apenas a prisão dos executores e líderes, mas também a asfixia financeira do grupo e a apreensão de novos elementos de prova. A ação reafirma o compromisso da Polícia Civil no combate a fraudes que, além do prejuízo patrimonial, causam profundo dano psicológico às vítimas em momentos de fragilidade.

 

Fonte: Polícia Civil/RS

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