A Polícia Civil do Rio de Janeiro, com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, deflagrou neste domingo (20) a Operação Desfaçatez, que resultou na prisão de três integrantes de uma organização criminosa que atuava em ambientes virtuais. O grupo é acusado de planejar um ataque brutal a um homem em situação de rua, que seria transmitido ao vivo pela internet, além de incentivar a automutilação, maus-tratos a animais e práticas de radicalismo religioso.
Os mandados foram cumpridos nos bairros de Vicente de Carvalho, na Zona Norte do Rio, e em Bangu, na Zona Oeste. Segundo as investigações, o grupo utilizava redes sociais e aplicativos de mensagens para disseminar conteúdos violentos e coordenar crimes que envolviam extrema crueldade e discursos de ódio. A atuação era monitorada pelo Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), da Secretaria Nacional de Segurança Pública.
Um dos presos, Bruce Vaz de Oliveira, se apresentava nas redes sociais como ativista ambiental e mediador de conflitos internacionais. No entanto, segundo as autoridades, ele liderava sessões de tortura e morte de gatos, transmitidas ao vivo pela plataforma Discord. Um dos casos relatados envolveu a dissecação de um felino ainda vivo. De acordo com o secretário de Polícia Civil do RJ, delegado Felipe Curi, Bruce é apontado por autoridades americanas como integrante de uma célula terrorista.
Também foram presos Kayke Sant Anna Franco e Caio Nicholas Augusto Coelho. Kayke é acusado de maus-tratos a animais, indução à automutilação, estupro, pichação, incitação ao crime e corrupção de menores. Ele teria sido o responsável por planejar o assassinato do homem em situação de rua, previsto para ocorrer neste domingo. Já Caio responde por racismo, incitação ao crime e participação ativa em episódios de tortura.
O nome da operação, “Desfaçatez”, faz referência à postura dissimulada dos investigados, que mantinham uma imagem pública de respeito à vida e à ética, enquanto promoviam atos de extrema violência no ambiente digital.
A ação também contou com o suporte do Núcleo de Observação e Análise Digital da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. As investigações seguem em andamento para identificar outros possíveis membros do grupo criminoso.