Nesta terça-feira (31), a Polícia Federal deflagrou a segunda
fase da Operação Menés, com o objetivo de restabelecer a ordem pública e
investigar os sucessivos crimes graves ocorridos na Terra Indígena (TI) Cacique
Doble, na região norte do Rio Grande do Sul. A operação contou com a
participação de 160 policiais federais, além de 90 integrantes da Brigada
Militar, do Comando Rodoviário e do Corpo de Bombeiros Militares. Ao todo,
foram cumpridos 44 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão preventiva
na reserva e na cidade de Cacique Doble, e na TI Monte Caseiros, localizada no
município de Caseiros.
A onda de conflitos na reserva indígena teve início em
agosto do ano passado, quando quatro indígenas foram vítimas de tentativas de
homicídio por disparos de armas de fogo. Durante as investigações da Polícia
Federal, três membros da liderança da reserva foram presos preventivamente e
continuam detidos. No entanto, mesmo após a prisão dessas pessoas, os crimes
continuaram a acontecer, como tentativas de homicídio, lesões corporais, danos,
porte ilegal de arma de fogo, ameaças e indícios de formação de milícias
privadas, motivados pela disputa entre grupos rivais.
Para combater essa situação, policiais da Força Nacional de
Segurança Pública foram acionados para reforçar o patrulhamento ostensivo na
região, contando com o apoio da Brigada Militar. Apesar dessas medidas, houve o
fechamento temporário da escola indígena pela Coordenadoria Regional de
Educação e do posto de saúde indígena, devido à possibilidade iminente de novos
confrontos armados.
A Operação Menés foi deflagrada como resposta do Estado para
proteger a vida e pacificar a comunidade indígena, que tem sido vítima da
violência gerada pelos grupos que disputam o poder na reserva. O nome da operação
faz referência a Menés, considerado o primeiro dos faraós e responsável pela
unificação dos reinos do Vale do Rio Nilo – Alto Egito e Baixo Egito – por
volta de 3200 a.C.
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