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Polícia Federal e Polícia Civil de São Paulo investigam execução no Aeroporto de Guarulhos Empresário ameaçado pelo PCC é executado em aeroporto, e Polícia Federal assume investigação

Corpo de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach é coberto pela polícia após um tiroteio no Aeroporto

A Polícia Federal (PF) anunciou a abertura de um inquérito para investigar o assassinato de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, ocorrido na última sexta-feira (08), no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. A investigação, iniciada pela PF, ocorre devido à função da instituição como responsável pela segurança aeroportuária. No entanto, o caso não foi federalizado, procedimento que exigiria um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Quem era a vítima

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, empresário e corretor de imóveis, teria sido ameaçado de morte pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) após firmar, em março de 2024, um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Envolvido em um processo por lavagem de dinheiro, ele se dispôs a revelar informações sobre o esquema financeiro da organização criminosa. Em uma das reuniões com promotores, Gritzbach alertou para os riscos que corria, referindo-se a si mesmo como um “morto-vivo” devido à possibilidade de retaliação.

Para sua proteção, Gritzbach recusou uma oferta de segurança do MP-SP e optou por contratar escolta particular formada por quatro policiais militares: Adolfo Oliveira (34 anos), Jefferson Silva Marques de Souza (29 anos), Leandro Ortiz (39 anos) e Romarks César Ferreira de Lima (35 anos). Todos eles prestaram depoimento e foram afastados de suas funções pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), que também apreendeu os celulares dos agentes para investigação.

Feridos e vítimas no ataque

Além de Gritzbach, que foi o alvo principal, o tiroteio no aeroporto deixou outros feridos e causou a morte de uma terceira pessoa. Samara Lima de Oliveira (28 anos) e Willian Sousa Santos (39 anos) foram feridos no ataque, e o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Morais (41 anos), que também estava no local, foi fatalmente atingido. Nenhuma dessas vítimas tinha qualquer ligação com o empresário.

Investigação dos atiradores

Os suspeitos ainda não foram identificados pelas autoridades. No entanto, o carro utilizado no ataque foi encontrado abandonado em Guarulhos, na região da Vila Nossa Senhora de Fátima. No veículo, foram localizados munições de fuzil e um colete à prova de balas. Após uma denúncia anônima, a Polícia Militar encontrou nas proximidades um fuzil, uma pistola e carregadores, que foram apreendidos e encaminhados para perícia. Segundo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, as armas seriam as mesmas usadas no crime.

Repercussão política e segurança pública

O crime teve repercussão nacional, levando a declarações de figuras públicas sobre a importância de intensificar as ações contra o crime organizado no país. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, prometeu que o caso será investigado com rigor. Por outro lado, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, destacou que a jurisdição do aeroporto é federal e criticou o governo federal por não adotar uma postura mais incisiva no combate às facções criminosas.

Outras autoridades também se manifestaram. O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) informou que apresentará um requerimento para convocar o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a prestar esclarecimentos sobre o episódio e as medidas de segurança. Já a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do PT, reforçou a necessidade de medidas urgentes contra o crime organizado, mencionando a PEC da segurança pública em tramitação.

O desafio de federalizar o caso

Para que a execução de Gritzbach seja federalizada, é necessário que a PGR faça o pedido formal e que este seja aprovado pelo STJ. A PF segue com as investigações, colaborando com a Polícia Civil de São Paulo, que também conduz diligências para identificar e localizar os responsáveis pelo ataque.

*Matéria adaptada com créditos ao G1.

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