*Dilerman Zanchet
A pergunta é pertinente na medida
em que, em quase todas as cidades de médio ou grande porte, nos estados do
Centro Oeste brasileiro, existe um CTG. Fundado por gaúchos, administrado por
gaúchos ou com integrantes gaúchos.
As entidades seguem suas próprias
regras, não tão rígidas quanto às do Rio Grande do Sul, (recentemente um CTG foi
desfiliado por realizar um baile com bandinha. Mesmo a bandinha sendo gaúcha).
“Esse protecionismo prejudica e afasta o público dos CTGs, fato que se
concretiza no RS e que se populariza nos outros estados. Em Goiânia, no MS ou
no MT, várias entidades promovem bailes de chopp ou outros eventos com as
bandas gaúchas. E todos de sucesso”, diz um patrão.
Em Goiás, Santa Catarina, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná ou São Paulo ou até mesmo em Minas Gerais
(Estados pelos quais passou a expedição “Do Rio Grande ao Pantanal”), onde está
fincado um CTG, os tradicionalistas gaúchos, mantedores da tradição em outros
pagos, recebem e muito bem a todos.
São famílias de gaúchos que há mais de 40 anos
deixaram o RS para tentar a sorte em outras terras. “A vida não era fácil.
Trabalhávamos na roça durante o dia e à noite cuidávamos da casa”, diz uma
moradora gaúcha do CTG Saudades do Pago, de Dois Vizinhos, que na noite de
segunda-feira (16.10) recebeu o projeto.
Durante as apresentações do
Projeto, a equipe da expedição sentiu na pele a emoção e a saudade dos pagos
dos pampas. Os expectadores, na interação com o grupo, perguntavam e contavam fatos
que marcaram a sua chegada e a sua trajetória.
São histórias que vão desde o
desaparecimento de pessoas, comidas por onças e outros animais silvestres ou
por índios que viviam pelos matos e pelas lavouras recém criadas. Contam sobre
a aventura de abrir lavouras com juntas de bois. Hoje comemoram grandes e
potentes tratores. E a cada safra bem sucedida comemoram comprando mais áreas
de terras ou renovando o equipamento.
“Do Rio Grande ao Pantanal” é uma
expedição única. Nenhum outro veículo de comunicação ousou desenvolver um
projeto como esse. Até domingo, mais apresentações, mais gaúchos envolvidos,
mais pessoas engajadas na difusão de suas culturas.
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CTG Saudades do Pago, em Dois
Vizinhos / PR
