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Porto no litoral norte vai alavancar a economia gaúcha O investimento total, incluindo os acessos asfálticos à BR 101, está previsto em aproximadamente R$7,5 bilhões

A construção de um porto marítimo, possivelmente o maior do Brasil e um dos maiores da América do Sul, está sendo projetado para o litoral norte do Rio Grande do Sul, em Arroio do Sal. O investimento total, incluindo os acessos asfálticos à BR 101, está previsto em aproximadamente R$ 7,5 bilhões. Pelo menos um empreendedor e o engenheiro responsável são conhecidos da comunidade passofundense.

Em uma área de cerca de 100 hectares, no município de Arroio do Sal, litoral norte do Rio Grande do Sul, (há 30 km ao sul de Torres e 30 km ao norte de Capão da Canoa), deverá iniciar no primeiro trimestre de 2026 o Porto Meridional de Arroio do Sal, que tem sua denominação jurídica de Porto Meridional S/A, cujo capital é dividido entre seis sócios, dos quais um é o empresário Antônio Roso, de Marau, que há alguns anos investe em grandes empreendimentos.

A construção do porto – que terá uma estrutura de 4.300 metros de molhes, com investimento de R$ 800 milhões e, ali, com 20 metros de profundidade (calado), permitindo o tráfego de navios de até 400 metros de comprimento, deverá ser concluída até 2028.

O engenheiro civil Fernando Machado Carrion é o coordenador geral do projeto.

Ex-prefeito de Passo Fundo e ex-deputado Federal, Carrion afirmou no programa A PRIMEIRA HORA, apresentado pelo jornalista Dilerman Zanchet, às 13 horas na rádio Planalto News desta segunda-feira (21.07), que a área do Porto Meridional S/A é de 83 hectares, com frente de 650 metros para o mar. A DTA Engenharia é a empresa contratada para a realização da obra, que já foi planejada ainda no tempo do império, mas nunca saiu do papel.

Estudioso no assunto, o entrevistado contou que o projeto, embora com suas peculiaridades, é antigo. “Vem do tempo do Império. Passou pela República. Foram feitos estudos desde àquela época. Porém só agora, através da iniciativa privada, sairá do papel”, disse. Quanto ao impacto ambiental que poderia causar, ele alega que todas as medidas de proteção, conforme as leis federais, serão tomadas. Inclusive autorizações e certidões do IBAMA foram solicitadas e já liberadas.

Fernando Machado Carrion foi convidado pela Marinha do Brasil para verificar pessoalmente, na Carta Náutica do Brasil, com o navio Antares, em 2019, a viabilidade do porto. Há 2591 metros da praia, a profundidade é de 20 metros. “Eu fui o responsável pela escolha, no Mapa do Brasil e no Mapa do Rio Grande do Sul, dessa área. Ali não teremos problemas de dragagem, pois passam duas correntes marítimas: a das Malvinas e a do Equador, que se encontram e há a resultante zero, fazendo com que nunca ocorra precipitação de sedimentos, ao contrário de muitos portos brasileiros”.

Carrion anunciou, ainda, que serão 11 píeres (pontos de atracação de navios), para a capacidade de três containers cada. No porto a profundidade média é de 17 metros de calado (permitido para navios de grande porte). Serão píeres para granéis sólidos e fertilizantes, para produtos químicos líquidos, e ainda para navios que transportam hidrocarbonetos, como petróleo e gás. Também está previsto no projeto dois píeres de turismo, que servirão para navios turistas atracarem. Será o único entre Montevideo e Santos com essa finalidade.

Quando em operação normal, o porto terá a capacidade para movimentar 53 milhões de toneladas por ano. “O preço das tarifas de frete da região de Passo Fundo, ou da região da Fronteira Oeste, ou mesmo da área metropolitana de Porto Alegre, vai reduzir substancialmente, tendo em vista que atualmente todos se deslocam ao Porto de Rio Grande ou Itajaí. O caminho até Arroio do Sal é bem mais curto, ou seja, o preço dos fretes será reduzido”, disse.

“Teremos ainda a questão de infraestrutura viária até o porto, a partir da BR 101, contemplando vias de acesso com a construção de pontes e trevos, além, claro, do acesso asfáltico. As empresas (players) que vão trabalhar no porto, como dos setores de fertilizantes, grãos, produtos derivados de petróleo e outros, farão girar a economia gaúcha de forma espetacular”, disse o engenheiro. Explicou ainda que as boias da Petrobrás que estão localizadas no mar em Tramandaí, há seis quilômetros da praia, também estarão no porto.

A construção de toda a estrutura está prevista para dois anos. Para tudo estar com 100% de funcionamento, Fernando Carrion entende que precisará de seis anos a partir de 2026.

As duas maiores obras do Rio Grande do Sul, nos últimos 60 anos, foram a Free Way e o Porto de Arroio do Sal, que mudará tudo no Estado em se tratando de economia.  “Esse é mais um grande sonho que se torna realidade. Um deles foi ser prefeito de Passo Fundo. Um orgulho inestimável”, complementa Fernando Machado Carrion, gestor que construiu as perimetrais enquanto prefeito, no período de 1983 a 1988.

Foto: Projeção digital de como será o Porto Meridional de Arroio do Sal – Divulgação DTA Engenharia
Por Dilerman Zanchet – Grupo Planalto de Comunicação

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