O início de um novo ano costuma despertar nas pessoas o desejo de traçar novas metas. É, também, uma fase de reavaliar a vida, os relacionamentos e objetivos. Por ser um período que traz essas e muitas outras reflexões, o mês de janeiro foi escolhido para ser dedicado à conscientização sobre a importância de olhar para a saúde mental e emocional da população, por isso foi criada a campanha “Janeiro Branco”.
Segundo a coordenadora do Serviço de Psicologia Clínica Hospitalar da Unidade Uruguai do Hospital São Vicente de Paulo, Gisele Dala Lana, acredita-se que neste mês as pessoas estejam mais abertas a reavaliar seu modo de viver. “O início de um novo ciclo pode inspirar mudanças onde algo não vai bem e renovar esperanças. Se almejamos um ano melhor teremos que fazê-lo, e as mudanças começam internamente e dependem de nós para serem iniciadas”, ressalta.
A saúde mental está diretamente ligada a como as pessoas reagem frente às adversidades da vida. Conforme a profissional, cada uma possui formas únicas de encarar situações adversas. “Freud falava que nossa saúde mental diz respeito a nossa capacidade de amar e trabalhar. O que ele propõe é analisarmos o quanto conseguimos fazer bom uso de nossas capacidades para sair de nós mesmos e como podemos criar vias alternativas para as dificuldades e os problemas que encontramos pela vida”, afirma.
Assim como a própria campanha reforça, falar sobre sentimentos e inquietações contribui para o bem-estar emocional. “É preciso conhecer e compreender a maneira como pensamos e sentimos. Para isso, é essencial estar atento, refletir e examinar sobre o que se passa conosco. Falar e pensar junto com alguém pode ajudar. Recorrer aos nossos laços afetivos, aqueles significativos para nós, tende a abrir e expandir caminhos alternativos para solucionar uma situação”, destaca a psicóloga.
Estar atento a sinais físicos e psíquicos que interferem no dia a dia é fundamental para reconhecer a necessidade de procurar ajuda profissional. “Não existe um exame que possa detectar o sofrimento psíquico, pois não é algo mensurável como os nossos sinais vitais; é uma experiência subjetiva e única para cada um. Porém, quando a pessoa percebe que há entraves que estão interferindo no andamento de sua vida, coisas que se repetem e lhe atrapalham, este é o momento de buscar ajuda especializada”, conclui a psicóloga Gisele.
Créditos: Liliane Ferenci – Comunicação HSVP