Com a participação de 270 pessoas, entre professores e diretores de escolas, agentes de saúde, assistentes sociais e representantes da Polícia Militar e de entidades religiosas, foi realizado nessa sexta-feira (12 de abril), no Campus da Universidade de Passo Fundo, o seminário nacional “Drogas, Porquê? Desafios para a Educação”. A iniciativa é da Fundação Milton Campos, e contou com o apoio da Prefeitura Municipal de Passo Fundo e da UPF.
“Precisamos tirar o tema drogas debaixo do tapete e discutí-lo abertamente, com objetivo de minimizar essa chaga que afeta todo o país”, disse o conselheiro da fundação, o médico Márcio Turra. Ele explicou que o projeto tem por objetivo identificar ações de alcance nacional que despertem nos educadores a importância da prevenção ao uso indevido de drogas com as crianças e jovens.
O vice-prefeito de Passo Fundo Juliano Roso, que representou o prefeito Luciano Palma de Azevedo, disse que o seminário contribui para um diálogo amplo entre grande parte das entidades envolvidas com o assunto, produzindo resultados efetivos para todos. Roso solicitou um minuto de silêncio pela morte do vereador e comunicador Júlio Rosa, no último dia 10, que foi um grande defensor de todas as ações de prevenção ao uso de drogas. O reitor da UPF, José Carlos Carles de Souza, agradeceu a fundação por trazer o debate para a Universidade, ressaltando a importância desse tema que envolve a sociedade como um todo.
O tenente-coronel Fernando Carlo Bicca disse que a Brigada Militar é parceira e que somente com a união de todos é possível mudar essa triste realidade. O secretário municipal de Projetos Especiais e Captação de Recursos, Édison Nunes, ressaltou que a grande participação de público ficou além da expectativa. “Tínhamos 250 inscritos e por solicitações, abrimos mais 20 vagas, totalizando 270 participantes para debater essa questão extremamente importante, que trata em especial da prevenção ao usoindevido de drogas, atingindo jovens da mais tenra idade”.
Também fizeram parte da mesa de abertura o prefeito de Marau, Josué Longo, que representou os prefeitos da região;representando os partido políticos o presidente do PP local, Marcos Zuzin; o representante do Conselho Municipal de Anti-Drogas (Comad), Ceumir Fagundes; e o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Dorval de Barros.
Após a solenidade, os participantes foram divididos em dois grupos para as capacitações, ministradas pelos especialistas no assunto, o psicólogo clínico, pós-graduado em Farmacodependências pela EPM / UNIFESP (Escola Paulista de Medicina), Aurélio de Souza, e a educadora, formada pela Faculdade de Educação da USP, Isabel Costa. Na parte 1, foram abordados o conceito e o uso de drogas, na parte 2, fatores de risco e de proteção para crianças e adolescentes e dados epidemiológicos e na parte 3, os princípios, metodologia e estratégias da prevenção do uso indevido de drogas na escola.
Essas pessoas serão agentes multiplicadores orientando jovens, famílias, professores e integrantes da comunidade sobre o risco e os perigos que estão por trás das drogas. Como apoio às capacitações, foi entregue um kit didático, contendo as cartilhas da série “Por dentro do assunto”, da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), cartilha sobre maconha, cocaína e inalantes e cartilha para educadores. Consumo de cigarro entre os estudantes Consumo de cigarro entre os estudantes.
Pesquisa
Pesquisa realizada nas 27 capitais brasileiras revela que os estudantes gaúchos consomem mais drogas que a média nacional. O levantamento da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), em parceria com a Universidade Federal de São Paulo, feita com estudantes do ensino fundamental e médio (11 a 19 anos) da rede pública e privada, mostra também que as drogas mais utilizadas são álcool, tabaco (cigarro), inalantes/solventes e maconha.
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Drogas lícitas e ilícitas |
RS |
média nacional |
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Consumo de álcool entre os estudantes |
68,5% |
60,5% |
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consumo de cigarro entre os estudantes |
25,2% |
16,9% |
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consumo de maconha entre os estudantes |
11,8% |
5,7% |
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consumo de inalantes entre os estudantes |
6,4% |
8,7% |
A pesquisa anterior havia sido foi feita em 2004 e apenas com estudantes da rede pública. O estudo atual trouxe, pela primeira vez, dados do uso de drogas entre alunos da rede particular de ensino. Por meio de questionário de auto-preenchimento, a pesquisa foi aplicada em 789 escolas, com 50.980 estudantes pesquisados, destes 31.280 da rede pública e 19.610 da particular.
O levantamento revelou também que os estudantes da rede privada consomem mais drogas que os da rede pública.
