A Polícia Civil prendeu preventivamente, na quinta-feira (21), um professor de 43 anos suspeito de cometer crimes sexuais contra alunos de uma escola municipal de São Leopoldo, no Vale do Sinos. Segundo a investigação, já existem 17 inquéritos abertos que apuram os casos envolvendo crianças de 6 a 10 anos.
A prisão foi realizada no bairro Morungava, em Gravataí, pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de São Leopoldo. No local, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, resultando na coleta de aparelhos eletrônicos, que passarão por perícia. O professor, que não teve a identidade divulgada, optou por permanecer em silêncio e só se manifestará em juízo. Até o momento, ele não tinha antecedentes criminais.
De acordo com a delegada Michele Arigony, os relatos indicam que os abusos teriam ocorrido ao longo deste ano, dentro da escola onde o professor lecionava. Após as denúncias feitas pelos responsáveis, as vítimas foram encaminhadas para exames periciais.
Entre as famílias que procuraram a polícia está a mãe de um menino de seis anos, que contou ter ficado em choque ao ouvir o relato do filho. “Questionei meu filho e ele relatou que ele pegava os meninos no colo, dava beijo, passava a mão no corpo dele. Foi um choque. Meu filho estudou desde o começo do ano até agora com ele”, afirmou.
Outra denúncia partiu da tia de um aluno da mesma idade, que disse que o sobrinho apresentou mudança de comportamento e, depois, revelou os abusos. “Meu sobrinho está traumatizado. Não quer mais ir à escola. Antes, ele acordava de manhã pronto para ir. Era o primeiro ano dele na escola, saiu direto da creche para lá”, relatou.
A Secretaria Municipal de Educação de São Leopoldo confirmou que o professor atuava por contrato temporário e foi demitido na semana passada, logo após as primeiras suspeitas. Em nota, a pasta informou que acionou o Conselho Tutelar, entregará um relatório ao Ministério Público e já disponibilizou apoio psicológico e jurídico às famílias.
As investigações seguem para esclarecer todas as circunstâncias e identificar se há mais vítimas envolvidas.
*G1