Olá, amigos!
Nos despedimos de Salvador com aquela sensação boa de já estarmos com saudades. A cidade nos recebeu de braços abertos e nos mostrou, em cada esquina, a força de um povo que sabe preservar sua história, transformar sua religiosidade em expressão cultural e fazer da diversidade uma marca de identidade. Salvador é, ao mesmo tempo, berço e vitrine: guarda as memórias do passado, mas também se reinventa diariamente como uma metrópole em constante desenvolvimento.
Nossa partida foi ainda de madrugada, rumo ao estado de Sergipe. O relógio mal havia marcado as primeiras horas do dia quando colocamos o pé na estrada. O destino de hoje é Aracaju, onde seremos recebidos no CTG Querência Nordestina, sob as rédeas firmes e acolhedoras da patroa Flávia Elizabeth. A previsão de chegada é ao redor do meio-dia, mas cada quilômetro percorrido nessa viagem é um convite à reflexão sobre a riqueza cultural que o Brasil tem a oferecer.
Em Salvador, deixamos também muitos amigos. O CTG Gaúcho da Bahia, comandado pelo patrão Ari Mazzochin, um gaúcho nascido em Casca, é um verdadeiro porto seguro para quem vive distante do Rio Grande do Sul, mas mantém acesa a chama da tradição. Ali, encontramos gaúchos que há muitos anos se radicaram na Bahia e que, entre rodas de chimarrão, churrascos e fandangos, matam a saudade da terra natal.
O ambiente do CTG é um espaço de encontro e de memória, onde os valores gaúchos ganham nova vida em terras nordestinas. A Semana Farroupilha para eles está apenas começando e a programação promete ser intensa. Entre apresentações artísticas, música, declamações e danças, haverá ainda a presença de um grupo musical vindo de Passo Fundo, reforçando a ligação profunda entre os gaúchos espalhados pelo Brasil e a sua terra de origem.
Ao olharmos para trás, lembramos dos dias que vivemos em Salvador. O Centro Histórico, com suas ladeiras de pedra, as cores vibrantes das casas coloniais, o som dos tambores do Olodum ecoando no Pelourinho, a fé expressa nas igrejas centenárias e no candomblé. Cada detalhe parece sussurrar histórias de resistência, de luta e de esperança. E, ao mesmo tempo, a modernidade se impõe: grandes avenidas, o movimento intenso do porto, a energia de uma cidade que cresce sem perder suas raízes.
Deixamos Salvador com o coração grato, certos de que turismo e história se unem como motores de desenvolvimento. A cidade ensina que não há progresso sem memória, e que não existe futuro sem respeito ao passado. Levamos conosco a alegria, o aprendizado e a inspiração de um povo que nos acolheu com generosidade.
Agora seguimos viagem, carregando no porta-malas não apenas as malas e equipamentos, mas também lembranças que ficarão gravadas na memória. O próximo capítulo será em Aracaju, e estamos ansiosos para compartilhar com vocês o que a capital sergipana tem a nos mostrar.
Por Dilerman