O Rio Grande do Sul está de luto. Morreu nesta quarta-feira um dos principais nomes da valorização do tradicionalismo: Antônio Augusto Fagundes, o Nico. O cantor, compositor e folclorista faleceu aos 80 anos, tendo ficado internado por mais de um mês em Porto Alegre.
Em 2000 ele enfrentou um derrame e com uma infecção acabou em coma dez anos depois.
Natural de Alegrete. Nasceu em 4 de novembro de 1934. Em homenagem a sua terra se consagrou com a criação do “Canto Alegretense”.
A música Canto Alegretense tornou-se um hino e é cantada em diversas línguas. A letra é de Nico Fagundes e de seu irmão Bagre Fagundes .
Não me perguntes onde fica o Alegrete (1)
Segue o rumo do teu próprio coração
Cruzarás pela estrada algum ginete (2)
E ouvirás toque de gaita e violão
Pra quem chega de Rosário (3) ao fim da tarde
Ou quem vem de Uruguaiana (4) de manhã
Tem o sol como uma brasa que ainda arde
Mergulhado no Rio Ibirapuitã (5)
Ouve o canto gauchesco e brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura (6) das quebradas do Inhanduy (7)
E na hora derradeira que eu mereça
Ver o sol alegretense entardecer
Como os potros vou virar minha cabeça
Para os pagos no momento de morrer
E nos olhos vou levar o encantamento
Desta terra que eu amei com devoção
Cada verso que eu componho é um pagamento
De uma dívida de amor e gratidão…