“Estamos reforçando a atenção nos pontos de entrada para detectar tanto brasileiros quanto estrangeiros que apresentem sintomas e tenham vindo das áreas afetadas pela doença”, disse a médica sanitarista e responsável pelo plano de contingência na Secretaria Estadual de Saúde, Marilina Bercini.
O Ministério da Saúde enfatiza a importância dos profissionais da rede de atendimento avaliarem tanto a história clínica dos pacientes quanto a passagem pela região afetada para levantarem a hipótese de diagnóstico da doença.
Em casos suspeitos que reúnam sintomas clínicos e estadia recente na Guiné, Serra Leoa ou Libéria, a pessoa é isolada até ser transferida para o Hospital Conceição, em Porto Alegre, que é a referência no Estado, ou diretamente para o hospital de referência nacional no Rio de Janeiro. Apenas as pessoas que entrarem em contato com fluidos corporais do paciente depois do início dos sintomas podem ser contaminadas e serão monitoradas. Em Porto Alegre, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) recebeu recentemente uma ambulância preparada para atender pacientes suspeitos de Ebola.
A partir da identificação de um caso suspeito, toda a rede de vigilância é acionada e entra em ação o protocolo, coordenado pelo Centro de Operações de Emergências em Saúde do Ministério da Saúde.
Contingência
O Ebola é uma doença viral de notificação compulsória imediata, com período de incubação de 1 a 21 dias. É importante ressaltar que a transmissão da doença só ocorre por pacientes que estiverem apresentando sintomas e não acontece por via aérea. Não há risco de contaminação durante o período de incubação, pois a transmissão do vírus ocorre somente após o início dos sintomas, por meio do contato direto com sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos infectados ou do contato com superfícies e objetos contaminados.
São considerados casos suspeitos, pessoas provenientes de países atingidos nos últimos 21 dias que apresentem febre súbita e hemorragias. Os casos só serão comprovados através de resultado laboratorial conclusivo, realizado em laboratório de referência e confirmado por duas amostras.
A doença não possui tratamento específico, apenas medidas de suporte à vida, com terapia intensiva para casos graves, controle de infecções, isolamento e uso de equipamentos de proteção por parte dos profissionais de saúde. Não existe vacina contra o Ebola. A prevenção é evitar contato com sangue ou secreções de doentes e com o corpo de pessoas que foram a óbito em decorrência da doença.